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Desafio: dupla capixaba vai subir segunda montanha mais alta do planeta correndo

Segundo o capixaba, em janeiro é inverno nos Himalaias e, portanto, ninguém estará nas partes altas da montanha. O fato faz com o que cume do Aconcágua seja o ponto mais alto

A inspiração para encarar o desafio veio de outra atleta, uma brasileira que bateu recorde feminino  Foto: Divulgação

Os capixabas João Vitor Novaes e Marcelo Barros vão encarar um desafio de mais de 6.900 metros acima do nível do mar. João Vitor é corredor de montanhas e triatleta, tem 33 anos e pretende chegar ao cume do Aconcágua (6.962 metros) em uma jornada que começa no próximo sábado (14).

Segundo o triatleta, em janeiro é inverno nos Himalaias e, portanto, ninguém estará nas partes altas da montanha. O fato faz com que o cume do Aconcágua seja o ponto mais alto que qualquer pessoa pode chegar do planeta nesta época do ano.

A inspiração para encarar o desafio veio de outra atleta, uma brasileira que bateu recorde feminino mundial. "A atleta Fernanda Maciel estabeleceu o recorde feminino mundial correndo da portaria do parque ao cume e voltando. Eu, com apenas 2 anos de experiência em montanhas, já me sinto cada vez mais impulsionado a me desafiar, quero conquistar o cume, descer e se tudo der certo tentar a subida e descida também correndo desde o acampamento base", contou.

Ele, que já encarou outros desafios, não esconde os riscos de subir a montanha. “O principal risco é o mal da montanha, como se fosse uma doença. Pode ir desde náusea e dor de cabeça até confusão mental e edema cerebral. O risco é que você não sabe o que vai acontecer quando passa dos 4 mil metros. A montanha é traiçoeira e o desafio é no que a altitude vai afetar a gente? O medo sempre tem, mas a gente diminui se preparando”, relata.

O atleta capixaba já é um conhecido de cordilheiras pelo mundo Foto: Divulgação

Apesar disso, João Vitor afirma que os motivos de estar frente aos desafios são bem maiores que os possíveis riscos e medos. “São dois motivos. Um pessoal, porque que gosto de me ver em desafios no ambiente natural. A gente vê quanto é possível fazer grandes feitos e ao mesmo tempo, percebemos que somos muito menores que a natureza. O segundo é que gosto de fazer e chamar a atenção das pessoas que não praticam virarem os olhos para isso”, afirmou.

Normalmente as expedições no Aconcágua demoram 15 dias para chegar ao cume, pois as pessoas costumam ir a um ritmo mais lento e sempre subindo um pouco e voltando.

O plano da dulpa é chegar ao cume em menos de 7 dias, percorrendo 60km e uma diferença dos 2.000m de altitude até o cume a 6.942m. 

Conquistado o cume, João Vitor vai para o desafio de recorde largando do acampamento base a 4.200m, onde ele correrá a "parede norte" de quase 10km de distância e subindo quase 3.000m até chegar ao cume e depois voltar também correndo

O atleta capixaba já é um conhecido de cordilheiras pelo mundo e já esteve em pontos do Chile, Argentina e Peru. Em 2016 explorou também os Julian Alpes na Eslovênia, a Velebit na Croácia e os Alpes Japoneses fazendo também desafio de recorde no Monte Fuji. 

Para o atleta a montanha é diferente de tudo aqui embaixo. “Conquistar o cume de uma montanha é uma jornada de autoconhecimento, você está nesse ambiente quase intocado, de puro silêncio e se encontra totalmente vulnerável à natureza. Quando desce, você se dá conta do quanto somos insignificantes perante ao nosso planeta e quanto somos grandiosos por sermos nós, os responsáveis pelo bem-estar dele", concluiu.

Eles iniciam a jornada no próximo sábado (14) e será rastreado via satélite todo o tempo. Os passos do capixaba vão poder ser acompanhados pelo Facebook dele.

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