Esportes

Dupla de vôlei de praia que mora no ES está com um pé nas Olimpíadas

Capixaba André Stein e o paraibano George lideram a corrida olímpica, mas uma outra dupla, que escolheu o Espírito Santo local para morar e treinar, deve ficar com a segunda vaga

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Dhavid Normando/FV Imagens/CBV
Evandro e Arthur Lanci escolheram o Espírito Santo como sede do ciclo olímpico para Paris/2024

O Espírito Santo está muito perto de confirmar, no vôlei de praia, a classificação para as Olimpíadas de Paris/2024 de um jogador 100% capixaba e uma dupla que fez do Estado a sua moradia no último ano.

Faltando pouco mais de três meses para o início dos Jogos Olímpicos, o capixaba André Stein, que faz dupla com o paraibano George, e a dupla Evandro/Arthur Lanci lideram a "corrida olímpica" e estão com os pés em Paris.

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COMO ESTÁ A CLASSIFICAÇÃO

Foto: FIVB
O paraibano George e o capixaba André Stein formam dupla número um da corrida olímpica brasileira

O Brasil terá duas duplas de cada gênero em Paris. Vice-campeões na etapa do Circuito Mundial Elite 16 em Tepic, no México, perdendo a final do último domingo (21) para os suecos líderes do ranking mundial Åhman/Hellvig, André e George são a primeira do ranking olímpico brasileiro, com 9.480 pontos, e a quarta melhor dupla do ranking mundial. Evandro e Arthur Lanci aparecem segunda colocação do ranking olímpico brasileiro, com 8.660 pontos, e estão em décimo lugar no ranking mundial.

A dupla terceira colocada na corrida olímpica é Pedro Solberg/Guto, com 7.120 pontos, bem atrás na classificação. A corrida olímpica vai até o dia 9 de junho, mas é bem provável que as duas duplas que lideram o ranking confirmem a classificação antes disso, nas próximas etapas do Circuito Mundial.

"Fazer essa final de um Elite 16 foi muito importante. Nessa etapa saímos do qualifying e chegamos até a final e não é todo mundo que consegue fazer isso. Infelizmente, batemos na trave contra os suecos outra vez. Mas essa prata foi muito importante, principalmente na corrida olímpica. Conseguimos somar muitos pontos", comemorou André Stein, após a final no México.

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QUEM SÃO EVANDRO E ARTHUR LANCI

Se o capixaba André Stein, de Vila Velha, mora e treina no CT Cangaço, em João Pessoa (PB), Evandro e Arthur Lanci fizeram um caminho inverso e escolheram o Espírito Santo como sede para o ciclo olímpico.

Juntos desde janeiro de 2023, eles defendem as cores do clube Aest, de Serra, onde atenderam a imprensa na tarde desta terça-feira (23) para falar sobre a proximidade da vaga olímpica e a relação com os capixabas.

Foto: Richard Pinheiro/Pixel Vídeo
Arthur Lanci, Wallace Ramos e Evando com atletas das categorias de base do vôlei da Aest

O carioca Evandro, de 33 anos, foi um promissor jogador de vôlei de quadra, chegando à seleção brasileira de base. Mas foi na praia que ele se tornou um dos destaques da modalidade. Com 2,11m de altura, foi campeão mundial em 2017, jogando com o capixaba André Stein, e disputou as Olimpíadas do Rio-2016, com o carioca Pedro Solberg, e Tóquio-2021, com o brasiliense radicado no Espírito Santo Bruno Schmidt.

A mudança para o Espírito Santo foi a trabalho, em janeiro de 2023. E deu tão certo que Evandro não faz planos de voltar para sua cidade-natal.

"Tô muito feliz aqui, tive meu filho aqui e posso falar que ele é capixaba. O trabalho me fez vir pra cá, o trabalho me fez permanecer aqui. Conversei muito também o Wallace (Wallace Ramos, treinador), que antes de ser meu técnico já era meu amigo pessoal, pra saber como é a vida aqui, pra saber sobre a qualidade de vida aqui. E hoje eu me encontro numa situação que eu não quero mais voltar para o Rio (risos)," contou o gigante Evandro.

O carioca conta que uma das diferenças no dia a dia é o carinho que recebe de torcedores. "Me sinto abraçado pelo torcedor capixaba. Tem coisas que eu não tinha lá no Rio, de eu ir ao supermercado e ser parado por alguém pra falar sobre o resultado da etapa, pra dar os parabéns. Ter esse calor humano do povo capixaba tá sendo bem bacana".

Aos 33 anos e com duas Olimpíadas no currículo, ele garante que vive o seu auge.

"Tô sendo cobrado de uma forma que eu nunca fui. Tô com uma das melhores equipes do mundo pra mim, com o Wallace, o Hélvio (fisiologista), então, posso falar que tô no meu auge, que tô no meu melhor agora, aos 33 anos de idade", crava Evandro.

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Arthur Lanci, por sua vez, é bicampeão mundial na base, nas categorias sub-19 (2014) e sub-21 (2016). O paranaense de 28 anos, especialista na defesa, está a caminho da sua primeira Olimpíada. E admite que segurar a ansiedade é um dos desafios.

"A ansiedade é extrema, né? A gente tenta não demonstrar, trabalha com psicólogo. Eu sou muito ansioso já no dia a dia, durmo mal quando tem jogo, mas eu tô conseguindo levar. A ansiedade aumenta quando tá chegando mais próximo, aquela vontade de ganhar logo, de resolver no momento final. Isso atrapalha um pouco, mas tô aprendendo a controlar e tô conseguindo. Tô tendo resultado. Mas a ansiedade tá a mil, ou a milhão", brinca Arthur Lanci.

Ele conta que não pensou duas vezes quando recebeu o convite para jogar com Evandro e morar no Espírito Santo.

"Quando fizeram a reunião e me falaram a equipe, eu aceitei na hora. Era a oportunidade que eu estava esperando. Tem muito mais defensor no mercado do que bloqueador. Então, a gente tem que fazer o nosso nome pra algum bloqueador ver a gente e chamar. Eu fiquei muito feliz no dia e foi maravilhoso", lembra.

O próximo passo rumo às Olimpíadas de Paris/2024 passa por Brasília, que recebei a etapa do Circuito Mundial entre os dias 1º e 5 de maio, no Parque da Cidade.


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