Terrorista é enterrado de forma sigilosa na França
Paris, 17 - Um dos terroristas responsáveis pelos ataques na França na semana passada que deixaram 17 mortos foi enterrado na cidade de Reims , apesar de protestos das autoridades locais e receios de que o túmulo poderia se tornar um atrativo para extremistas.
Said Kouachi, o mais velho dos dois irmãos que mataram 12 pessoas na sede no jornal satírico Charlie Hebdo, foi enterrado em Reims por determinação do governo francês. "Dado o risco de distúrbios e para virar rapidamente a página deste triste episódio, ficou decidido que o enterro fosse realizado rapidamente", afirmou a administração municipal. Durante a semana, o prefeito da cidade, Arnaud Robinet, havia dito que se recusava "categoricamente" ao pedido da família de Kouachi para enterrá-lo em Reims, onde ele vivia.
Neste sábado, em uma entrevista para a emissora de TV BFM, Robinet disse que foi forçado a autorizar o enterro pelo governo central, que utilizou uma lei que dá o direito de a pessoa ser enterrada na sua última cidade de residência. "Ele foi enterrado na noite passada (sexta-feira), da forma mais discreta e anônima possível", explicou o prefeito, sem dizer o nome do cemitério no qual ele foi enterrado.
Antoine Flasaquier, advogado da esposa de kouachi, disse que o enterro aconteceu no meio da noite, "com a maior discrição e dignidade". Segundo ele, a viúva não participou da cerimônia, com medo de ser seguida por repórteres e, assim, possibilitar a identificação do local onde o terrorista foi enterrado.
Os corpos dos outros dois terroristas envolvidos nos episódios da semana passada ainda aguardam para serem enterrados. Cherif Kouachi será enterrado na sua cidade natal de Gennevilliers. Autoridades locais dizem querer evitar "qualquer polêmica indecente e desnecessária" sobre o enterro e que Cherif será enterrado em um túmulo sem identificação, "para evitar qualquer risco de distúrbios e preservar a tranquilidade da cidade".
Ainda não há nenhuma informação oficial sobre os planos para o enterro de Amedy Coulibaly, que matou cinco pessoas, incluindo quatro reféns em um supermercado judaico em Paris. Fonte: Associated Press.