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Uma semana após chuvas, população de Iconha se mobiliza para reconstruir a cidade

Segundo o último boletim da Defesa Civil Estadual, na cidade há 989 desalojados e 13 desabrigados. Foram registrados também um desaparecimento e quatro óbitos

Foto: Reprodução TV Vitória

Uma semana após as fortes chuvas que acometeram a região sul do Espírito Santo, a equipe da Rede Vitória esteve em Iconha para mostrar como está a situação da cidade, uma das mais atingidas com o temporal.

A enchente destruiu boa parte do Centro e da zona rural da cidade. Segundo o último boletim da Defesa Civil Estadual, divulgado às 17h desta sexta-feira (24), há 989 desalojados e 13 desabrigados em Iconha, onde foram registrados também um desaparecimento e quatro óbitos.

No Rio Iconha, a água ainda corre com muita força. Os rastros de destruição provocados pela queda d'água são vistos na cidade, principalmente das casas que estavam próximos ao afluente. Várias residências foram destruídas, e não sobrou nada de uma academia e praça pública de um dos principais pontos de comércio da cidade. Da pracinha, só restou a placa; os brinquedos se misturaram com os pedaços de árvore e lama.

Foto: Reprodução TV Vitória
A praça da cidade fechou completamente destruída

Enquanto isso, a população tenta reconstruir a cidade. Um senhor deu entrevista à  reportagem da TV Vitória e disse que estão todos muito tristes. "Acabou com tudo praticamente. A gente tira força do coração, pra conseguir ajudar o próximo e reerguer a cidade, que infelizmente foi abaixo", lamentou ele.

Mutirão neste sábado

O governador Renato Casagrande divulgou que neste sábado (25), a partir de 8 horas, haver´á um mutirão para ajudar a limpar as ruas do Centro de Iconha e de Bom Destino, que também foi muito afetado. Quarenta e cinco homens da Marinha irão participar da ação. 

Solidariedade

Um grupo veio de Bom Jardim, região serrana do Rio de Janeiro, está em Iconha para entregar cestas básicas e ´produtos de limpeza. E o motivo é nobre: em 2011, eles também sofreram com enchentes no Rio. "Eu sempre participei, depois do que passamos lá. Estive até na tragédia de Brumadinhos. E hoje, eu reuni com uns amigos para trazer algumas doações pros desabrigados, porque nós sentimos na pele como dói essa situação", contou o homem.

Prejuízo

Falta energia elétrica em vários postes públicos do município, com isso, alguns prédios foram interditados. Segundo o Incaper, só na zona rural o prejuízo chega a R$ 6 milhões. Não houve muita perda de lavouras, mas como cerca de 35 pontes foram danificadas, o escoamento de café, banana e leite, os principais produtos de Iconha, acaba ficando prejudicado.

O prejuízo também se estende às escolas. Uma unidade de ensino inundada com a lama da cidade, precisou receber a ajuda do exército para a limpeza. Depois de muito trabalho, já é possível enxergar o piso do colégio.

Em uma mecânica, cerca de 10 funcionários estão trabalhando desde sábado para limpar a loja. A água chegou a 1,5 metros de altura. "Tá sendo bem puxado. Hoje que a gente conseguiu ver o chão branco, porque não tem condições de tanta lama", contou Simone Lovatti, sócia da empresa.

Já numa clínica de estética, a água subiu até o segundo andar. O forro do primeiro ficou destruído. "Tá cansando já. Tem 7 dias, parece que o negócio não tem fim. A gente quer voltar a trabalhar e tá todo mundo muito cansado, mas a gente não desistiu", desabafou Rosa Cardoso, proprietária da clínica.

O Seu Zé Luíz teve os 15 ônibus de turismo atingidos pela água. Um prejuízo incalculável. "O prejuízo, de imediato assim, não tem como fazer a somatória, mas é muito grande. Só um carro que perdi gira em torno de 100 mil. A caminhonete, que também foi embora, custou cerca de uns 80 mil. Fora o prejuízo dos outros carros que estão aqui e tô tentando recuperar", contou ele. 

Com informações do repórter Matheus Brum, da TV Vitória/Record TV



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