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Corpo de Dom Silvestre é velado na Catedral Metropolitana de Vitória

A previsão é que uma missa seja celebrada às 15 horas e, logo após, o cortejo segue para o cemitério onde será enterrado o corpo

Foto: Divulgação / Arquidiocese de Vitória

O corpo de Dom Silvestre Luiz Scandian, arcebispo emérito de Vitória, que morreu na madrugada deste sábado (16), chegou à Catedral Metropolitana da arquidiocese por volta das 22 horas e foi recebido com uma salva de palmas por fiéis, amigos, familiares, seminaristas, padres, o Bispo emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha e Dom Dario Campos, Arcebispo de Vitória.

Logo após a chegada, foi celebrada a primeira missa de corpo presente. Durante o velório, a cada duas horas, são celebradas missas. Neste domingo, às 10 horas, a celebração é presidida pelo padre Roberto Natal. Padre Robson Pratti celebra ao meio dia.

Às 15 horas será celebrada missa, presidida por Dom Dario e exéquias. Logo após, o cortejo fúnebre seguirá para o cemitério do Bosque, em Alvorada, Vila Velha, para ser enterrado.

Dom Silvestre Luiz Scandian teve grande destaque na Igreja do Espírito Santo e também na sociedade capixaba de 1984 a 2004 período em que atuou como Arcebispo Metropolitano. Na ocasião em entrevista à Revista Vitória disse que a partir daquela data procuraria viver mais a caridade porque até ali tinha vivido a fé e a esperança. Dom Silvestre referia-se à vivência das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e, de fato, iniciou a partir dali, uma jornada de visita aos doentes internados em hospitais em Vitória, missão que exerceu enquanto teve condições.

Foto: Arquidiocese de Vitória

A partir de 2010 começou a apresentar sinais de ausências e falhas de memória que se evoluíram para a doença de Alzheimer e passou a ter uma vida mais reclusa sob a atenção de cuidadores. Em setembro de 2018 para poder receber mais cuidados foi para a cidade de Juiz de Fora, MG, onde ficou na Casa de repouso dos padres do Verbo Divino, Congregação à qual Dom Silvestre pertence. Por conta de uma infecção foi internado no mês de outubro do mesmo ano.

Dom Silvestre chegou a Vitória em 1981 como Arcebispo Coadjutor de Dom João Batista da Mota e Albuquerque. Com a morte de Dom João em abril de 2014 assumiu o comando da Arquidiocese. O primeiro gesto concreto foi organizar uma Grande Avaliação, que ficou conhecida como GRAVA e com isso mergulhou e passou a defender o modo de ser Igreja da Arquidiocese de Vitória. Valorizou a organização em pequenas comunidades e fez a opção preferencial pelos pobres. Isso o levou a apoiar os movimentos e as pastorais sociais e de direitos humanos.

Na década de 90, a violência e o crime organizado se instauraram nas instituições governamentais e na política, passando o Espírito Santo a ser o 2º Estado proporcionalmente mais violento no Brasil. Diante desse quadro Dom Silvestre convocou a OAB e outros organismo da sociedade civil para fazer frente a problemática da violência que culminou na criação do Fórum Reage Espírito Santo. O peso da militância de Dom Silvestre que tinha como grande aliado o Dr. Agesandro da Costa Pereira, então Presidente da OAS/ES, mobilizou a sociedade capixaba contra o crime organizado e provocou uma atitude forte da Justiça no combate ao crime. Por outro lado, também recebeu ameaças e nunca aceitou proteção policial.

Em seus pronunciamentos públicos, como Festa da Penha, Abertura da Campanha da Fraternidade e Grito dos Excluídos era direto, simples e conciso ao mesmo tempo que era incisivo quando se tratava de Direitos Humanos e defesa da vida.

Durante seu governo conseguiu trazer a visita do Papa João Paulo II (1991) e a realização em Vitória do XIII Congresso Eucarístico Nacional (1996).

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