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Coronavírus: capixabas que estão na Itália relatam mudança na rotina e receio da doença

Na nota, a embaixada brasileira relata que o governo italiano toma as medidas necessárias para conter a difusão do vírus, principalmente nas regiões do norte

Gustavo Fernando

Redação Folha Vitória
Foto: Leitor/Folha Vitória
O capixaba Thiago Pignaton registrou um comunicado colocado na porta de um estabelecimento

Após o primeiro caso de coronavírus no Brasil, confirmado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (26), e a suspeita de um paciente com o vírus no Espírito Santo, capixabas que estão na Itália dizem estar apreensivos com o avanço da doença no Velho Continente. 

Para o empresário capixaba Thiago Pignaton, que está há 20 dias na Itália, existe uma mudança na rotina das cidades italianas, mas o clima não é alarmante.  Thiago, que recentemente passou por Roma, Milão e Veneza, revela que não sente na população uma real preocupação com a doença, e que, apesar do avanço do coronavírus, não está com medo. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O empresário atualmente está na cidade de Castelfranco Veneto, que tem cerca de 32 mil habitantes. Na última terça (25), a Itália registrou a 11ª morte pelo novo coronavírus. As principais regiões atingidas são o norte e o nordeste do país, embora a epidemia tenha avançado em direção ao sul.

Ao todo, o país já tem mais de 320 casos registrados da doença. As vítimas são principalmente idosos com problemas prévios de saúde ou que estavam hospitalizados. Segundo Thiago, a população da Itália é de mais de 60 milhões de habitantes, e o número de casos registrados é muito pequeno para ser algo temerário. 


MÁSCARAS E LOJAS FECHADAS

Thiago Pignaton revela que, nos últimos dias, algumas mudanças têm sido percebidas entre os moradores locais e turistas. Em vários comércios, é possível achar álcool em gel disponível para os clientes. Além disso, apesar da cidade de Castelfranco Veneto estar longe do foco da doença, já está complicado encontrar máscaras faciais na região. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Quem também está na Itália a passeio é a maquiadora profissional Nathalya Portella, de 23 anos. Atualmente em Roma, capital do país, ela revela que pouca coisa mudou na rotina da cidade, uma das mais visitadas do mundo, mas que foi examinada por aparelhos térmicos no aeroporto. 

Ela também revela que, apesar de não ter casos confirmados em Roma, os jornais só falam a respeito disso. "É visível que as pessoas estão tensas e não se acha mais mascaras faciais para comprar". 

A capixaba Manuela Felício, que vive com a família na região de  Lombardia, no Norte da Itália, revela algumas mudanças no dia a dia. Como a região está zona amarela, em razão do coronavírus, as aulas estão suspensas até o início da próxima semana, assim como qualquer evento que possa reunir muita gente, como esportivos e as comemorações de carnaval, canceladas em algumas cidades.

"A gente evita sair ao máximo. Por exemplo, estou desde sexta-feira em casa com meus filhos. As pessoas com sintomas são orientadas a não ir ao hospital, já que o maior número de contaminações estão acontecendo lá. Se tem algum sintoma, deve ligar para um número informado pelo Ministério da Saúde da Itália e o atendimento médico é residencial. Mas, apesar do estado de alerta, estamos bem", tranquiliza. 

SEM RESTRIÇÕES

A embaixada do Brasil em Roma informou nesta terça-feira (25), através de uma nota, “que o governo brasileiro não estabeleceu restrições a voos provenientes da Itália” por causa do avanço do coronavírus naquele país. O órgão diplomático relatou manter contato com o governo italiano sobre a doença, para esclarecer a comunidade brasileira naquele país. “Até o momento, não se tem notícia de contágio na comunidade brasileira”, relatou.

Na nota, a embaixada brasileira relata que o governo italiano toma as medidas necessárias para conter a difusão do vírus, principalmente nas regiões do norte do país. Por fim, o comunicado esclarece que os produtos “Made in China” (feitos na China) e pacotes recebidos da China não são perigosos e que os animais de estimação não transmitem o novo coronavírus.








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