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Nos EUA, Obama diz que primárias do Partido Republicano são "um circo"

Redação Folha Vitória

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que seu papel na campanha de 2016 é de unir ao Partido Democrata após o que ele descreveu como um "vigoroso" debate nas primárias. Trata-se do sinal mais forte dado até agora por Obama de que ele não planeja endossar nenhum dos pré-candidatos antes que os eleitores selecionem um nome.

Durante entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, Obama afirmou que os eleitores democratas "estão se saindo muito bem" no processo. Obama avaliou que seu papel mais importante será unir o partido após as primárias, mudando o foco para a eleição geral.

Obama também aproveitou para criticar os pré-candidatos republicanos, ao dizer que há poucas diferenças entre os rivais e o líder Donald Trump. O presidente disse que a corrida republicana é "um circo". Segundo ele, a abordagem da oposição republicana em relação ao governo dele contribuiu para a ascensão de um outsider como Trump. "Eu foi culpado pelos republicanos por muitas coisas, mas ser culpado pelas primárias deles e por quem eles estão selecionando para seu partido é novidade", disse Obama. Segundo ele, o tom da política feita pelos republicanos contribuiu para esse quadro. O presidente democrata citou como exemplo as questões feitas sobre a certidão de nascimento dele.

As declarações foram dadas horas antes de os pré-candidatos republicanos fazerem mais um debate. Trump disputa com os senadores Marco Rubio e Ted Cruz e com o governador de Ohio, John Kasich. A possibilidade da eleição de Trump gera temor entre aliados dos EUA. Trudeau, que será honrado com um jantar de Estado na Casa Branca na mesma hora do debate republicano, já criticou Trump e disse que os norte-americanos são bem-vindos no Canadá, caso o empresário seja eleito.

Nesta quinta-feira, porém, Trudeau mostrou-se mais contido ao tratar do assunto. "Eu tenho uma tremenda confiança no povo americano e estou ansioso para trabalhar com quem quer que eles escolham para a Casa Branca mais adiante neste ano."

Obama comentou também que está em busca de um nome para indicar para a Suprema Corte, após um magistrado morrer recentemente. Segundo o presidente, caso os republicanos no Senado cumpram a ameaça feita e não façam audiências para ouvir o indicado, isso mancharia o tribunal com a polarização política que tem definido a relação entre a Casa Branca e o Congresso. "Se e quando isso ocorrer, nosso sistema não estará funcionando", disse Obama. O indicado do presidente, que pode ser anunciado já na semana que vem, terá obstáculos significativos e dificilmente receberá um voto do Senado, ao menos até as eleições de novembro. Os líderes republicanos no Senado dizem que um nome não deve ser considerado durante a campanha presidencial. Obama tem ressaltado a importância da rapidez na nomeação, para que a principal corte do país tenha seu quadro completo, com nove magistrados. Fonte: Dow Jones Newswires.

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