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Juiz afastado teria beneficiado amigos e parentes em processos, aponta TJ

Uma das suspeitas era de que o magistrado julgava processos de pessoas próximas, dava sentença favorável e aplicava multas altas para empresas

Foto: Reprodução

O magistrado Edmilson Rosindo Filho, que atuava na comarca de Barra de São Francisco, no norte do Espírito Santo, foi afastado do cargo no dia 14 de fevereiro, por indícios de favorecer amigos e familiares em processos que julgou.

O jornalismo da Rede Vitória teve acesso ao relatório da  corregedoria do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que apontou irregularidades em processos julgados pelo juiz. Entre as irregularidades, o relatório aponta o favorecimento de pessoas ligadas ao juiz - como amigos e parentes - nos processos. 

A corregedoria apontou também casos em que Edmilson apressava ou atrasava processos sem necessidade. Ele já atuou na esfera criminal, na vara da Fazenda publica e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Antes de ser afastado, o magistrado estava atuando na atuava no juizado especial, que julga pequenas causas. De acordo com o relatório da corregedoria do TJ, as suspeitas contra o juiz foram separadas em onze grupos de eventos.

A investigação preliminar apontou o favorecimento, por parte de Edmilson, para amigos e parentes. De acordo com o relatório, pessoas do convívio do juiz entravam na Justiça contra uma operadora de telefonia, alegando problemas no fornecimento de internet. O juiz dava ganho de causa e aplicava uma multa à empresa, em valores que variavam entre R$ 345 mil a R$ 575 mil.

No relatório, ainda constam processos que apontam que, seletivamente, o juiz julgou um caso de partilha de bens, avaliado em R$ 23 milhões, sem a urgência necessária. Segundo a corregedoria, o magistrado também atrasava determinados processos. Além disso, o corregedor-feral também aponta que o juiz teria feito campanha política para promover uma moça na qual teria tido um relacionamento íntimo.

Terceiro juiz afastado pelo TJES

O juiz Vanderlei Ramalho Marques, afastado da função após supostamente ter um caso com uma mulher presa por tráfico de drogas na Serra, pode ter assediado outras mulheres, entre elas advogadas, envolvidas nos processos em que julgava.

Os indícios são apontados no voto do corregedor geral da Justiça, o desembargador Samuel Meira Brasil Júnior, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. O documento foi obtido pelo jornalismo da TV Vitória. 

Além da denúncia do caso que teve com uma mulher acusada de tráfico, a investigação também mostra que existem indícios que o juiz Vanderlei "tentou abordagem similar durante o expediente, com outras mulheres, advogadas, prometendo vantagem em processos sobre a sua responsabilidade, caso saíssem juntos".


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