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Hospitais da rede privada estão com dificuldade para garantir leitos, diz secretário de Saúde

Nésio Fernandes afirmou que alguns hospitais relataram aumento contínuo da ocupação dos leitos de enfermaria e em UTIs n´os últimos dias

Foto: sesa

O secretário de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (12), que "diversos hospitais privados do Estado  apresentam alguma dificuldade na garantia de vagas para atender pacientes de planos de saúde". Acrescentou, entretanto, que há vagas disponíveis.  

"Há a observação já realizada por parte da rede privada de um aumento contínuo da ocupação dos leitos de enfermaria e UTI tanto de pacientes particulares quanto de planos de saúde em todas as regiões do Estado, de maneira que o comportamento observado na rede pública é o mesmo observado na rede privada do nosso Estado", disse. 

Nésio ainda informou que a rede privada tem atendido pacientes de planos de saúde que chegam de outras regiões, principalmente do Norte, Nordeste e de  outros estados do Sudeste. "Esta constatação reforça o risco da repercussão do colapso nacional no Espírito Santo também na rede privada do nosso Estado". 

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Atualmente, não é feita divulgação diária, como no sistema público de saúde estadual, dos leitos de UTI e enfermaria disponíveis para pacientes com covid-19 na rede privada. Segundo o secretário, isso deve mudar até o final do mês. "Nós estamos ajustando nosso painel de transparência e devemos conseguir publicar os números da rede privada, caso ela concorde na divulgação desse número de leitos das suas ocupações".  

NOVAS RESTRIÇÕES

O secretário de saúde também informou que novas restrições serão adotadas no Estado para conter o avanço da doença. As novas regras serão divulgadas ainda nesta sexta, às 18h, pelo governador Renato Casagrande.

Nésio Fernandes e o subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin já adiantaram que os critérios para a classificação de risco dos municípios serão alterados. Uma reunião será realizada nesta tarde para a mudança do Mapa de Risco. Segundo Nésio, diversos municípios irão alcançar o risco alto e não haverá cidades em risco baixo.

Veja abaixo alguns pontos tratados no pronunciamento desta sexta (12): 

Aumento de óbitos

O secretário disse que o estado vive uma nova fase de aceleração da curva de casos, internações e óbitos. Ele afirmou que o Estado vive uma semana epidemiológica com aumento significativo de óbitos. Segundo ele, "o governo do estado não hesitará em tomar medidas proporcionais capazes de responder ao aumento de casos no estado". 

Cirurgias eletivas 

No sábado (13), a Secretaria de Estado da Saúde vai publicar uma portaria de recomendação para que todas as cirurgias eletivas não essenciais sejam suspensas na rede privada do Espírito Santo. "A rede precisa garantir o acesso a todos os segurados do plano de Saúde e poder ofertar leitos à rede pública de Saúde. As cirurgias no Estado já foram suspensas e algumas foram mantidas, mas vamos suspender agora também".

Automedicação

Nésio voltou a reforçar os cuidados que devem ser tomados pela população para evitar o contágio. Ele ainda destacou que muitas pessoas estão buscando testes diretamente nas farmácias e até se automedicando quando há sintomas suspeitos da covid-19 com medicamentos que não produzem efeitos positivos no tratamento.

Doenças respiratórias 

Reblin destacou que a curva de crescimento acompanha o que, historicamente, ocorre neste período, quando há um aumento nos casos de doenças respiratórias no Espírito Santo. Agora, serão incluso os casos de covid-19. "Não podemos naturalizar a doença, bater no peito e dizer 'a mim, ela não causa nenhum dano'. Pode não causar a você, mas pode ser com alguém próximo. Precisamos ter medo da doença", afirmou.

Novos leitos

Nésio Fernandes explicou que na projeção realizada da expansão para 900 leitos de UTI para abril, ainda não é considerada a quantidade de leitos comprados da rede privada. "Ainda podemos comprar leitos privados numa proporção que foi comprada na primeira expansão da doença em nosso estado".

Fura-fila

Nésio Fernandes: "Estamos preparando a consolidação dos casos já levantados até o momento, as investigações daquilo que foi descartado de casos que não observaram a ordem de vacinação. Agora, na segunda quinzena do mês, iremos apresentar à população um consolidado das auditorias abertas pelo Estado e iremos ter todas as medidas que serão aplicadas aos mesmos, dentro da vigência das respectivas normas.

Hospital de Campanha

Nésio Fernandes: "Nós vamos abrir o Hospital Materno Infantil da Serra com mais de 150 leitos, sendo 20 de UTI e 133 de enfermaria. Podemos chegar a 1500 leitos de UTIs dedicados a todas as doenças no nosso estado, sendo que pelo menos 900 serão dedicados à covid-19. Nós não temos dificuldade com os leitos de enfermaria. Estamos adotando estratégias em algumas unidades, como tendas aclopadas em aguns hospitais, como o caso do Roberto Silvares, em São Mateus."

Falta de leitos

Nésio Fernandes: "Há medidas mais restritivas, como as adotadas em outros estados, sendo estudadas. Alertamos a constatação que pode faltar leitos caso não ocorra umalto grau de disciplina social e a gente não consiga romper a cadeia de transmissão. As medidas mais restritivas deverão ser anunciadas hoje na reunião da sala de situação". 

Compra de vacinas

Nésio Fernandes: "Temos estabelecido um diálogo com a Federação da Indústria sobre a análise da compra de vacinas. Entendemos que, neste momento, o mais adequado é que o estado faça a compra de R$ 200 milhões em vacinas para que consigamos vacinar todos os grupos prioritários e alcançar a faixa etária de 30 anos, de maneira que a rede privada estaria desobrigada da doação completa das doses à rede de saúde.

Casos no Espírito Santo

As informações mais recentes do Painel Covid-19 apontam que, em 24 horas, o Espírito Santo registrou 1882 novos casos e 18 mortes. Ao todo, o estado já soma 6.660 óbitos e 340.936 casos confirmados.

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