Serra está entre as dez cidades que mais poluem o ar no país
Levantamento foi feito pelo Observatório do Clima, que aponta ranking dos municípios que mais emitem gás carbônico
O município da Serra é a décima cidade que mais polui o ar no País. O levantamento foi feito pelo Observatório do Clima que revela o ranking das cidades do país que mais poluem o ar com emissão de gás carbônico.
Além disso, o levantamento apontou que juntos, os dez municípios emitem 172 milhões de toneladas brutas de gás, o que é equivalente a países como, Peru, Bélgica ou as Filipinas. Sete desses grandes emissores ficam na Amazônia, onde o desmatamento é a principal fonte de emissões.
O morador e advogadoVinicius Magno, 36 anos, tem sofrido com a poluição, precisando às vezes fazer nebulização. "Nariz começa a escorrer, coriza, começo espirrar. Só um antialérgico para eu conseguir trabalhar, mas que acaba me deixando sonolento", desabafou.
O pesquisador do Instituto de Energia e Meio Ambiente, Felipe Barcellos e Silva destaca que a principal fonte de emissão pode ser as indústrias, os desmatamentos, ou cidades como São Paulo e Rio de Janeiro que são populosas são a energia.
"No caso da Serra, a principal fonte de emissão é a indústria de aço que existe na região", frisou.
Questionada, a Arcelor Mittal disse que tem atuado de forma contínua e alinhada a referências científicas para reduzir a emissão de carbono.
Já a Vale respondeu que se compromete a reduzir em 33% suas emissões carbono absoluta, direta e indireta até 2030. E que promete e pretende se transformar em uma empresa neutra em carbono em 2050. A empresa disse ainda que vem trabalhando em projetos para diminuição do ar como o ônibus 100% elétrico para transporte do empregados na unidade Tubarão em Vitória
A Prefeitura Municipal da Serra informou que aderiu aos dez princípios da Organização das Nações Unidas (ONU), também chamado de Pacto Global. As organizações que passam a fazer parte do pacto comprometem-se a seguir princípios de sustentabilidade no dia a dia de suas operações para o combate à poluição, por exemplo. O documento foi assinado em 15 de fevereiro deste ano e as medidas estão em andamento.
A pneumologista Jéssica Poleze explicou que os sintomas sentidos pelo advogado Vinicius pode ser explicado. "Você tem um paciente que já tem uma deficiência no pulmão e em cima dela temos a poluição atmosférica causando inflamação, alergias, uma somatória de situações que vão trazer prejuízos ao indivíduo", alertou.
Para Vinicius é uma situação delicada, já que a mesma indústria que poluí, gera empregos. "Ela prejudica muitos os moradores, no entanto é quase inevitável, pois tem uma empresa do outro lado que está gerando emprego e rendas e no final das contas a gente precisa aprender a conviver com isso até que exista um método eficaz para diminuir o pó preto", disse.
Nesse sentido, o pesquisador Felipe Barcellos e Silva destaca que já existe tecnologias para diminuir a poluição. "Além da tecnologia é importante ações das pessoas e governos para reduzir as emissões" ressaltou.
