Geral

Crime em Santa Maria de Jetibá: mulher esfaqueada pelo marido deixa hospital e volta para casa

Evanilda Oto, de 45 anos, teve uma melhora significativa, durante o fim de semana, e recebeu alta nesta segunda-feira. Uma ambulância de Santa Maria de Jetibá esteve no hospital, em Vitória, para levá-la de volta para casa

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Oito dias após ser esfaqueada e ficar internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Evanilda Oto, de 45 anos, voltou para casa, na noite desta segunda-feira (28). O quadro de saúde dela teve uma melhora significativa durante o fim de semana e, nesta segunda, ela recebeu alta médica.

Uma ambulância da Prefeitura de Santa Maria de Jetibá esteve no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, nesta segunda-feira, e levou a vítima de volta para casa, na zona rural do município da Região Serrana do Estado.

O veículo chegou ao hospital por volta das 19 horas. O filho de Evanilda, Gilson Hammer, estava na ambulância, foi até a unidade hospitalar para tratar dos últimos detalhes sobre a liberação da mãe e, em seguida, voltou com ela para Santa Maria de Jetibá.

A filha de Evanilda, Fernanda Oto, de 14 anos, que também foi esfaqueada no mesmo dia que a mãe, foi outra que já recebeu alta hospitalar. A adolescente foi liberada do hospital ainda no domingo (27) e já está em casa.

No sábado (26), os médicos retiraram o dreno de Fernanda e a adolescente começou a caminhar pelo hospital, sendo liberada no dia seguinte. Já a mãe dela foi transferida para enfermaria, durante o fim de semana, e teve alta nesta segunda.

As duas estavam internadas desde o dia 20, quando foram esfaqueadas. Na ocasião, a outra filha de Evanilda, Angélica Oto, de 23 anos, também foi ferida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.

O suspeito de cometer o crime é Valdeni Plaster, companheiro de Evanilda e padrasto das filhas dela. Ele foi preso no dia 21 e atualmente está no Centro de Detenção Provisória de Aracruz, no Norte do Estado.

Vítimas foram esfaqueadas durante discussão

De acordo com a polícia, Evanilda e o marido, Valdeni Plaster, tiveram uma discussão, no último dia 20. No meio da confusão, a mulher acabou ferida com um facão.

A vítima começou a gritar para pedir ajuda. Angélica e a Fernanda, que moram próximo ao local, ouviram os gritos da mãe e correram para ajudar. Elas também foram feridas. Angélica não resistiu e morreu no local.

Foto: Suellen Araujo/TV Vitória

A adolescente estava lúcida quando os policiais chegaram ao local. Ela contou aos militares, com muita dificuldade, que ela e a irmã foram tentar defender a mãe das agressões do padrasto.

O crime, segundo vizinhos da família, aconteceu na frente de outra filha de Evanilda, uma criança de 9 anos. A criança está aos cuidados dos familiares.

Após o crime, o suspeito abandonou a caminhonete na casa de Evanilda e fugiu com a moto de Angélica.

Suspeito foi preso em uma mata da região

O suspeito foi preso no dia seguinte ao crime. Segundo a polícia, ele estava escondido na casa de parentes. O homem tentava fugir por uma área de mata quando foi cercado pelos militares.

De acordo com o major Cabral, da Polícia Militar, o homem confessou o crime, mas disse não se lembrar dos detalhes.

"Inicialmente ele começou a dizer que estava com algumas dores, que seriam na briga. Aí nós perguntamos: 'mas foi você que desferiu as facadas?'. Ele confessou: 'fui eu mesmo, mas eu não lembro direito'. E nós, a todo tempo, tentamos conversar com ele, para ver se ele nos indicava onde estava a arma do crime. Mas aí ele alegava que não se lembrava de nada", frisou o comandante.

Prisão é convertida para preventiva

Durante audiência de custódia na manhã da última quarta-feira (23), Valdeni teve a prisão em flagrante convertida para prisão preventiva. Ele foi autuado por um feminicídio e duas tentativas.

A decisão foi proferida pela juíza Mariana Lisboa Cruz, que destacou que em "análises dos autos é possível concluir que existem provas suficientes da existência de crime a ensejar a materialidade do delito e fortes indícios de que o autuado realmente tenha praticado o crime que lhe foi atribuído".

Foto: Alice Mourão | TV Vitória

A magistrada ainda destacou que a liberdade de Valdeni poderia colocar em risco outras pessoas.

"A liberdade do autuado, neste momento, se mostra temerária e a prisão preventiva oportuna, uma vez este em liberdade poderá voltar a cometer atos da mesma natureza, intimidar testemunhas e se evadir do distrito de culpa, estando evidente, em cognição sumária"

Homem não demonstrou arrependimento, diz polícia

Segundo os policiais, Valdeni confessou o crime, mas disse não lembrar dos detalhes. Ao ser informado da morte da enteada, o suspeito, segundo a polícia, não se mostrou arrependido do crime.

Ainda de acordo com o major Cabral, o suspeito negou que tenha provocado a briga que resultou na morte de uma das enteadas e nos ferimentos causados na irmã e na mãe da vítima. Segundo o policial, Valdeni disse que Angélica era quem inicialmente estava com a faca.

"Ele falou que foi uma briga dentro da casa dele, envolvendo as duas enteadas e a esposa, e que ele acabou entrando no meio daquela briga. Ele tentou se colocar numa posição de que não foi ele que iniciou, de que não foi ele que levou a faca para a briga, mas não conseguia esclarecer muito bem isso. Eram apenas algumas alegações que ele fazia, mas sem conseguir muito bem fundamentar isso", disse.

LEIA TAMBÉM:
>> "Foi uma mãe", diz adolescente esfaqueada sobre irmã morta em crime em Santa Maria de Jetibá
>> Jovem morta esfaqueada pelo padrasto sonhava ser modelo
>> VÍDEO | Jovem assassinada pelo padrasto pretendia reformar casa no interior do ES

Pontos moeda