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Famílias do MST desocupam fazenda em São Mateus após duas semanas

O despejo foi determinado pelo juiz da 1ª Vara Cível de São Mateus, Lucas Modonesi Vicente, atendeu ao pedido da Aliança Agropecuária S/A

Carol Poleze

Redação Folha Vitória
Foto: Suzana Motta/MST

Cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam, na manhã desta terça-feira (30), a fazenda Coqueirinho, em São Mateus, Norte do Espírito Santo.

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A área estava ocupada pelo grupo desde o dia 17 de abril. Segundo o movimento, o local já foi sede de uma antiga fábrica de farinha de mandioca e a área está na Justiça Federal por conta do não cumprimento de direitos trabalhistas.

O despejo foi determinado pelo juiz da 1ª Vara Cível de São Mateus, Lucas Modonesi Vicente, e atendendo ao pedido da Aliança Agropecuária S/A (Apal), e deferiu duas liminares em desfavor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Na primeira, o juiz justifica a decisão afirmando que a presença dos acampados representa risco econômico não apenas aos proprietários do local, mas também aos trabalhadores que ali atuam.

A segunda ordem é um interdito proibitório para evitar que membros do movimento entrem na Fazenda Coqueirinho, no km 13 da BR-381, também em São Mateus, vizinha à área de ocupação. 

Pela redes sociais, o movimento publicou que as famílias saíram com as esperanças renovadas pela luta da Reforma Agrária. Após a desocupação, os integrantes do movimento realizaram uma mobilização pelas ruas da cidade.

"Com a liminar de despejo expedida pelo juiz para este dia 30, o povo Sem Terra faz o cumprimento da lei e exige que os poderes públicos a cumpram e coloquem esforços para a realização da Reforma Agrária.", diz a postagem. 

O que diz a Polícia Militar? 

Por meio de uma nota, o comando do 13º Batalhão de Polícia Militar informou que a Fazenda Coqueirinho. passaria por um processo de reintegração de posse, após uma decisão judicial, que considerou a invasão de membros do MST ilegal.

A operação estava agendada para iniciar às 07 horas da manhã, contando com policiais do BME, do BPMA e do 13º BPM. Mas, momentos antes dos policiais iniciarem o deslocamento, informações deram conta de que os invasores haviam desocupado o local durante a madrugada.

"Uma equipe da Polícia Militar foi ao local, juntamente com o Oficial de Justiça conferir a informação e constatou que a fazenda invadida estava desocupada, com alguns materiais deixados para trás, o que permitiu ao Oficial de Justiça lavrar a documentação necessária para a total reintegração da posse ao legítimo dono". 

A desocupação, portanto, transcorreu de forma pacífica, sem incidentes registrados. Posteriormente, os invasores realizaram uma manifestação pacífica pelas ruas de São Mateus, e depois seguiram para casa de familiares e outros assentamentos da região. 

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