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Barragem em Barão de Cocais não é monitorada adequadamente, diz ANM

As atividades na barragem foram suspensas em abril, após determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

Foto: Divulgação/Vale

Ameaçada pelo iminente rompimento do talude norte da Mina Gongo Soco e em nível 3 de emergência (o mais alto da escala), a barragem Sul Superior não é monitorada e inspecionada de forma adequada, de acordo com a ANM (Agência Nacional de Mineração).

As atividades na barragem foram suspensas em abril, após determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, órgão ligado à Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia. Com a decisão, o monitoramento da estrutura, pela Vale, passou a ser feito de forma remota.

A ANM chegou a notificar a Vale na última sexta-feira (17) para que chegue a um consenso com o órgão. Conforme a agência, sem informações precisas, não é possível determinar com clareza qual a situação da barragem e o que pode acontecer caso o talude da mina venha, de fato, a se romper.

Nesta segunda-feira (19), o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Germano Vieira, afirmou que a chance de a barragem se romper a partir do colapso do talude norte da Mina Gongo Soco é de 10% a 15%. No entanto, para o chefe da divisão de segurança de barragens de mineração da ANM, Wagner Nascimento, a falta de informações sobre a situação da barragem dificulta esse tipo de cálculo.

— Eu fico muito temeroso com relação a falar sobre alguma porcentagem. É difícil saber a situação real da barragem. Não estão sendo feitas inspeções e monitoramentos manuais na barragem, somente em condições remotas, por radar. São apenas cinco piezômetros (equipamentos responsáveis por medir pressão estática na estrutura) dentro do barramento. Para uma estrutura daquele porte, isso não reflete o que deveria refletir.

— O Ministério do Trabalho e Emprego visa salvaguardar a saúde e segurança dos trabalhadores, não estou colocando em jogo o trabalho deles. Mas precisamos de uma solução para que a barragem seja inspecionada e monitorada. Uma das nossas notificações à Vale foi para que ela chegue a um consenso com o ministério e faça esse monitoramento.

A reportagem entrou em contato com a mineradora para saber se havia alguma negociação para monitorar e inspecionar a barragem Sul Superior. Em nota, porém, a Vale se limitou a informar como é feito o monitoramento no talude da mina de Gongo Soco.

“A Vale informa que a Cava da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), vem sendo monitorada 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas da estrutura, além de sobrevoos com drone. O vídeo-monitoramento é feito em tempo real pela sala de controle em Gongo Soco e no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) - quatro equipamentos estão localizados na sala de controle em Gongo Soco e outros dois no CMG.”

A reportagem entrou em contato, também, com a Secretaria do Trabalho, mas ainda não obteve resposta. 

Com informações do Portal R7. 

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