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Professor acusado de abuso sexual em escola da Serra é afastado após carta de alunas viralizar

As adolescentes, ambas com 17 anos, contaram que o professor fazia elogios com teor sexual e chegou a passar a mão na perna de uma delas. Uma carta escrita por alunas do colégio viralizou nos últimos dias

Foto: Reprodução/Rede Social

O professor de matemática acusado de cometer assédio sexual contra alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra, foi afastado do cargo e agora a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), investiga as denúncias feitas contra ele.

O professor, de 38 anos, trabalha há 10 anos na unidade de ensino. Na quarta-feira (26), as vítimas apresentaram a denúncia na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). As adolescentes, ambas com 17 anos, contaram que o professor fazia elogios com teor sexual e chegou a passar a mão na perna de uma delas. Uma carta escrita por alunas do colégio viralizou nos últimos dias. Nela há relatos dos supostos assédios e de conversas íntimas envolvendo as alunas.

As vítimas também alegam que, após relatar à direção da escola sobre o ocorrido, o assunto não teria sido levado a sério. Após a repercussão na internet, a mãe de uma delas foi chamada a comparecer na unidade de ensino, onde participou de uma reunião com os envolvidos e a coordenação.

No encontro, o professor assumiu que teria dito algo para as alunas, mas que elas teriam interpretado de forma equivocada. O teor das falas do professor, no entanto, não foram registrados em ata. A pedido da Ales, a mãe voltou à escola para buscar a ata da reunião, mas não foi atendida pelos responsáveis. Ela alega, inclusive, que a Guarda Municipal foi acionada para retirá-la do local.

Na próxima semana, uma nova reunião deve acontecer na terça-feira (2), no plenário da Ales. Serão chamados para depoimento a diretora da unidade, o professor envolvido e o superintendente regional da Secretaria de Educação (Sedu).

A escola fica localizada no bairro Serra Sede. Após as denúncias, a polícia informou que uma equipe da DPCA foi até a instituição para apurar o caso. A investigação está andamento, e por enquanto, novas informações não serão divulgadas, para não atrapalhar o rumo da apuração.

O caso

Em uma rede social, usuários utilizaram a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha para manifestar repúdio à atitude do professor e aos abusos sexuais sofridos por estudantes durante a atividade escolar. Outros casos de abuso sofridos dentro da escola foram relatados por internautas que se indignaram com a história.

Cartazes também foram colados em paredes da unidade de ensino. Neles, as alunas incentivam que outras colegas se manifestem.

A Secretaria Estadual de Educação (Sedu) informou em nota estar apurando as informações com as alunas, com os responsáveis delas e com os profissionais citados. De acordo com a nota, caso seja comprovado algum comportamento inadequado, medidas cabíveis serão adotadas.

Nota na íntegra:

A Superintendência Regional (SRE) de Carapina esclarece que assim que a Direção da Escola tomou conhecimento da situação pela rede social, conversou com as alunas e seus responsáveis e que já está dialogando também com os profissionais citados, no intuito de apurar o suposto assédio. A Secretaria Estadual de Educação (SEDU) enfatiza que não compactua com este tipo de conduta, por isso que está apurando o fato e que, se for comprovada algum comportamento inadequado de servidor, as medidas cabíveis serão adotadas. A SRE informa, ainda, que em momento nenhum exigiu a retirada das posts.
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