Coronavírus: professora da Ufes que morreu acreditava estar com sintomas de diabetes
Após o teste para covid-19 resultar positivo, os médicos descobriram que mais de 75% do pulmão de Luzimar já havia sido tomado pela doença
O coronavírus já fez mais de 1.100 vítimas no Espírito Santo. Entre os números, estão as famílias e os amigos que ficam com a dor e a tristeza de perder alguém. Luzimar Luciano, de 53 anos, professora de enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), foi uma das pessoas que não resistiram a covid-19.
Segundo o irmão dela, Laudimar Luciano, a professora apresentou os primeiros sintomas no final de maio e chegou a pensar que estava sentindo efeitos do diabetes.
"Do dia 29 para o dia 30 ela já começou a sentir um certo cansaço e um certo desconforto. No dia seguinte, ela foi para um pronto-atendimento de um hospital particular em Vitória, foi medicada e voltou para casa. Depois ela foi até um médico específico para o tratamento de diabetes, pois a princípio, ela pensou que o problema era isso", contou Laudimar.
Com o quadro de saúde agravado, ela teve de voltar ao hospital e logo foi internada e entubada. Segundo Laudimar, os médicos já disseram que o estado da professora era grave, após o teste para covid-19 resultar positivo, eles descobriram que mais de 75% do pulmão já havia sido tomado pela doença.
A professora foi transferida para um hospital de Vila Velha, mas acabou tendo duas paradas cardíacas e faleceu no dia 9 de junho.
A primeira pessoa da família a apresentar os sintomas do coronavírus e testar positivo foi a mãe da Luzimar, uma senhora de 78 anos. Por ser enfermeira, ela acompanhou de perto o tratamento da mãe, que chegou a ficar internada. A idosa se recuperou e venceu o vírus, porém, pouco tempo depois, foi Luzimar quem ficou doente.
A grande marca da professora, segundo alunos e familiares, era a luta constante por justiça, por um sistema educacional melhor e por igualdade.
"Ela era um exemplo, uma grande referência. Sempre foi muito estudiosa, foi a única que chegou a ter um doutorado na família", disse o irmão.
Luzimar passava por um momento delicado. Há quase um ano, a única filha dela, uma adolescente de 15 anos, morreu com infecção generalizada. Agora a família se apega a fé para passar por mais essa perda.
"A gente sempre pede a Deus que nos dê forças e tenho certeza que hoje ela está brilhando lá no céu", lamentou Laudimar.
* Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória / Record TV
