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LGBTQIAP+: entenda o que quer dizer cada letra da sigla

O Folha Vitória conversou com a diretora-coordenadora de Ações e Projetos do Conselho Estadual LGBTI, que explicou o significado de cada letra da sigla atual

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
Foto: NancyDowd/ Pixabay

Ao longo dos anos, várias siglas tentaram explicar a possibilidade de existir amor fora do padrão heteronormativo, em que só é vista como família a composição derivada da união entre um homem e uma mulher. Já em 2022, está em voga o termo “LGBTQIAP+”, que incluiu, por último, a letra “P”, que faz referência à pansexualidade.

E no Dia Internacional do Orgulho, marcado neste 28 de junho, a reportagem do Folha Vitória conversou com a diretora-coordenadora de Ações e Projetos do Conselho Estadual LGBTI, Deborah Sabará, que explicou o significado de cada letra da sigla atual. Confira:

L: Lésbicas - são pessoas do gênero feminino (cisgênero - pessoas que se identificam com o sexo biológico -, ou transgênero) que sentem atração por outras pessoas que se identificam como mulheres;

G: Gays - refere-se aos gays, que são pessoas do gênero masculino (cisgênero ou transgênero) que sentem atração por outras pessoas que se identificam como homens;

B: Bissexuais - são as pessoas de orientação bissexual, que têm atração por qualquer um dos gêneros;

T: Transexuais/transgêneros e travestis - Transexuais ou transgêneros são pessoas que não se identificam com o gênero atribuído pelo sexo biológico. A letra também pode fazer menção aos travestis, que são pessoas que fazem uma construção de gênero feminino oposta a do nascimento.

Q: Queers - são pessoas que transitam entre o masculino e o feminino, sem se identificar completamente com qualquer um dos dois. A palavra de origem inglesa, considerada um termo “guarda-chuva”, foi originalmente empregado como “estranho”, de forma pejorativa.

I: Intersexo - o termo faz referência ao sexo biológico. Pessoas intersexo contam com genitálias e/ou caracteres biológicos que não podem ser definidos unicamente como feminino ou masculino, já que contam com características secundárias de ambos os sexos.

A: Assexual - são pessoas que não sentem atração afetivosexual por outras, independente de orientação sexual ou identidade de gênero;

P: Pansexual - pessoas que sentem atração por outras, independentemente de orientação ou identidade;

+: abrange todas as possibilidades de orientação sexual ou de identidade de gênero que possam existir.

Foto: Divulgação/ Netflix

Indicação de leitura

Sobre o assunto, a conselheira Deborah Sabará indica a leitura completa do Almanaque da Diversidade, elaborada com o apoio do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Veja documento:

Almanaque da diversidade

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Sobre as mudanças que aconteceram na sigla ao longo do tempo, Sabará explica que elas vieram da necessidade de afirmar letras que estavam menos protegidas. “Já houve GLBT, por exemplo, com Gays na frente. Mas havia um número crescente de violência contra a mulher, então o movimento buscou alterar isso. O machismo agride mulheres, inclusive mulheres lésbicas”, destacou.

“Mais importante do que os títulos, todas as pessoas que não são da sigla, mas que são vizinhos, aliados, familiares, precisam estar engajadas na causa. É papel de todos defender a pluralidade e a vida”.

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Segundo ela, a sigla ainda enfrentará mudanças. “A próxima a mudar vai ser a letra T. Iremos trocar o L e o T de lugar, inclusive o movimento de lésbicas entende que é o momento de fazer isso. Essa mudança é necessária para ressignificar a vida das travestis, procurar qualidade de vida e empregabilidade. No atual governo federal a gente não teve a conferência LGBT que faz inclusão das letras, paramos a pauta no governo passado”, disse.

Dia do Orgulho

Mundialmente as celebrações do orgulho LGBTQIAP+ são comemoradas ao longo de todo o mês de junho, mas foi no dia 28.06.1969 que as primeiras movimentações iniciaram, e assim firmou-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, em que ficou estabelecido ou conhecido devido à onda de protestos ocorrida em Nova York, conhecida como Rebelião de Stonewall. Tais protestos foram organizados em favor dos direitos dos homossexuais, que na época eram frequentemente detidos por ‘conduta imoral’.

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