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Coronavírus deixa sequelas? Veja o que a população do ES pensa sobre o tema

Pesquisa Rede Vitória/Futura Inteligência aponta que quase sete em cada dez capixabas acreditam que doença provoca problemas como falta de ar e dores musculares

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Mais de um ano após a confirmação do primeiro caso no mundo, a covid-19 ainda está cercada de incertezas, seja em relação à infecção, aos sintomas ou  recuperação. Afinal, a doença deixa ou não sequelas?

Para quase 70% dos capixabas, a resposta é sim. A conclusão é da pesquisa inédita Rede Vitória/Futura Inteligência, que revela que 68% dos entrevistados acreditam que a covid-19 deixa algum tipo de sequela nos infectados. Outros 21% acreditam que não.

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O dentista Jonas Leandro Giacomin Júnior confirma o que a maioria respondeu. Ele destaca que embora esteja recuperado, ainda sente algumas limitações durante a prática de exercícios físicos. 

"Hoje estou muito bem, estou em uma condição muito boa de saúde. Ainda tenho algumas limitações na parte de exercício físico, quando faço uma coisa um pouco mais avançada eu sinto um mal-estar corporal. A covid desperta uma coisa na gente que é o medo do desconhecido", afirmou. 

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Após ter covid, o dentista Jonas Leandro Giacomin Júnior ainda sente limitações durante a prática de exercícios físicos 

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Um ano após se recuperar da doença, a esteticista Érika Sá Cavalcanti também convive com algumas sequelas da covid-19. Diferente do Jonas, ela ainda não conseguiu retomar a rotina de atividades físicas. 

"A gente passa por diversas sequelas, entre elas o esquecimento, muita falta de ar. Já tem um ano e eu ainda não consegui voltar as atividades, era totalmente ativa, malhava todos os dias e não consegui voltar. Perco o ar ainda", relatou. 

Por ser uma doença nova, as informações científicas sobre as sequelas da covid-19 ainda são poucas. A recuperação é cercada de incertezas e as dúvidas desafiam até mesmo os médicos. 

A pneumologista Roberta Couto explica que a literatura médico-científica tem tentado dar nome às fases pós-covid-19. 

"A gente chamada de covid aguda os sintomas que duram até 4 semanas desde o início da doença. Covid subaguda são aqueles que duram de 4 a 12 semanas e covid longa ou pós-covid são aqueles que persistem 12 semanas após o início da doença", explica. 

Tipos de sequelas

A pesquisa encomendada pela Rede Vitória também perguntou os entrevistados qual tipo de sequela as pessoas podem apresentar após a infecção por covid-19.

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No total, 20,6% afirmaram que as pessoas sentem falta de ar, 16,9% relataram fadiga, 16,8% citaram dores musculares e 20,4% relataram outras sequelas.

A neurologista Soo Yang Lee fala sobre os principais sintomas pós-covid-19 e explica quando o paciente deve procurar um médico. 

"Temos recebido muitos pacientes com queixas de falta de atenção, de esquecimento para fatos recentes e transtornos psiquiátricos, principalmente depressão e transtorno do pânico. Esses sintomas geralmente são reversíveis dentro de uma média de 3 a 6 meses. Observamos alguns que duram um pouco mais e eles precisam de tratamento. Se for depressão ou ansiedade, pode procurar um psiquiatra. Se for uma queixa de perda de memória, pode procurar um neurologista."

Até quando as sequelas duram?

O tempo de recuperação da covid-19 também é uma dúvida, e isso reflete na pesquisa. Para 27% dos entrevistados, as sequelas duram de 4 meses a um ano. Outros 22% não sabem ou não responderam. 

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Por outro lado, 20% dos entrevistados acreditam que as sequelas duram somente entre um e quatro meses e 13% responderam de um a 5 anos. 

O cardiologista Melchior Luiz Lima destaca que a ciência não sabe quanto tempo perdura os sintomas. Segundo ele, é importante consultar um médico, pois cada caso é diferente. 

"Nós não sabemos ainda. Algumas pessoas podem ser afetadas de uma forma mais grave. Nós temos pacientes, por exemplo, que estão reclamando que o olfato não voltou 100% e a pessoa já teve a covid-19 há quase um ano. Então, ainda não sabemos quanto tempo isso vai se manter. 

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 17 de junho. Durante esse período, 400 pessoas com 16 anos ou mais foram entrevistadas, por meio de contato telefônico. Todas elas são moradoras do Espírito Santo.

A margem de erro da pesquisa é de 4,9 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.


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