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ES tem mais de meio milhão de curados da covid: veja os desafios de quem já foi infectado

Mesmo após receber alta, alguns pacientes precisam lidar com problemas de saúde provocados ou agravados pelo novo coronavírus

Foto: Reprodução

Falta de ar, febre, cansaço, perda de paladar ou olfato, são apenas alguns dos sintomas que milhares de capixabas sentiram após serem contaminados pelo vírus SARS-CoV-2, o novo coronavírus. 

O Espírito Santo ultrapassou, nesta quinta-feira (08), a marca de 500 mil recuperados. Em alguns casos, o processo de reabilitação é tranquilo. O isolamento para evitar a proliferação do vírus e repouso por alguns dias ajuda. Já outros, demandam cuidados especiais.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O professor Edevalter Gomes, de 50 anos, por exemplo, ficou internado por mais de duas semanas após o contágio da doença.

Morador de Viana, ele recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19, em maio, e no mesmo dia começou a sentir alguns sintomas. Ele buscou atendimento médico no Pronto Atendimento do Trecho de Alto Lage.

"Tive febre e fui no hospital. A médica pediu uma radiografia. Eu tirei lá mesmo. Eu já estava com mais de 70% do pulmão comprometido. A médica, imediatamente, providenciou a internação. Como na Grande Vitória não tinha vaga, fui levado para Jerônimo Monteiro e depois para Cachoeiro", contou.

O médico imunologista Daniel Gomes lembra que algumas pessoas relatam sintomas da doença mesmo após receber a vacina, como é o caso do apresentador Rodrigo Faro e de Ana Maria Braga. O especialista ressalta que os sintomas não tem nenhuma relação com a vacina.

"A vacina não tem relação com a manifestação do sintomas. Muitas pessoas têm relatado que tiveram covid depois de receber a vacina. É importante destacar que a vacina protege, mas ela não bloqueia a infecção. Ela aumenta a possibilidade de não desenvolver a infecção, caso desenvolva a pessoa não terá casos mais graves", explicou. 

No caso de Edevalter, é provável que ele já estava infectado antes de receber a vacina, mas não sabia. Ele passou nove dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um hospital de Cachoeiro de Itapemirim, e mais oito dias na enfermaria. Após receber alta, ele precisa conviver com as consequência da doença.

"Tive complicações e estou fazendo acompanhamento de um cardiologista e de um pneumologista. A covid provocou complicações dentro do meu organismo, elas permanecem mesmo depois de sair do hospital", destacou.

Morador de Linhares, no Norte do Estado, Vinícius Antunes, de 20 anos, também foi diagnosticado com o novo coronavírus. No caso dele, a infecção teve menos gravidade e ele não precisou ser internado.  

"O primeiro sintoma que eu tive foi uma dor de garganta. Eu achei que podia ser um resfriado. Eu fui tomando um remédio para a dor e, com o passar do tempo, foi amenizando, mas eu não melhorava. Eu estava tomando remédio para sinusite e para febre. Quando tomava, começava a suar. Eu fiz o teste e deu positivo", contou. 

Vinícius procurou um médico e fez alguns exames. Segundo ele, os sintomas se manifestaram como uma gripe. "Tive dor de cabeça, febre e cansaço. Graças a Deus fui melhorando. O processo de recuperação foi tranquilo", disse.

O capixaba é apaixonado por futebol. Ele gosta de conhecer os estádios do clubes do país e está morrendo de saudade dos gramados. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Não são apenas Vinícius e Edevalter que precisaram lidar com a recuperação da covid-19. Mais de 525 mil pessoas foram contaminadas no Espírito Santo. Cerca de meio milhão de capixabas já se recuperaram.

Para Daniel, o número é positivo, mas poderia ser bem menor. "É um número que nos deixa alegre, porque elas se recuperaram. No entanto, ele poderia ser menor se houvesse maiores controles da população, se as pessoas tivesse maiores cuidados", frisou. 

Casos no Espírito Santo

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) apontam, até esta quinta-feira (08), 525.462 pessoas foram diagnosticada com covid-19 no Espírito Santo. 

O número é maior que a população inteira de todos os municípios do Estado. A Serra, por exemplo, cidade mais populosa tem, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgados em 2020, cerca de 517 mil moradores. 

Avanço da vacinação

O contágio está diminuindo e, na contramão, a vacinação tem acelerado o ritmo no Espírito Santo. De acordo com a Sesa, 2.383.658 doses foram aplicadas nos municípios capixabas entre os dias 17 de janeiro e 07 de julho de 2021. 

Ao menos 1.791.037 capixabas já receberam a primeira dose e 592.621 receberam a segunda dose ou a dose única da vacina contra a covid-19. Vila Velha é o município que aplicou o maior número de doses, foram 287.055. Em seguida aparece a capital, Vitória, que já aplicou 267.883 doses.

Muitas pessoas, no entanto, estão com a segunda dose da vacina atrasada. O imunologista orienta que essas pessoas busquem fazer o agendamento o quanto antes. 

"As pessoas que não tomaram a segunda dose devem tomar. Só depois elas vão estar protegidas. A primeira dose é suficiente para proteger as pessoas até que elas tomem a segunda dose, que tem uma duração mais longa".

Daniel alerta, ainda, que para a vacina fazer efeito, é preciso esperar alguns dias após a aplicação.

"A vacina precisa de um tempo para fazer efeito. A pessoa não pode ser vacinada e achar que está totalmente protegida. A vacina só se mostra eficaz depois que tomar as duas doses", destacou.

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