Geral

Projeto plantará mais de 5 mil mudas de plantas nativas na Ilha do Frade a partir de segunda (15)

Já neste primeiro dia, na Praia das Castanheiras, às 9h da manhã, serão plantadas 200 mudas

Foto: Gustavo Fernando

Mais de 5 mil mudas de plantas nativas serão plantadas na região da Ilha do Frade a partir desta segunda-feira (15). Já neste primeiro dia, na Praia das Castanheiras, às 9h da manhã, serão plantadas 200 mudas. A mobilização de esforços se prestará a restabelecer o equilíbrio ecológico da região.

O Projeto Restinga acontece em uma ação conjunta entre a Prefeitura de Vitória, a Vale, a Associação dos Moradores, Proprietários e Amigos da Ilha do Frade (Samifra) e o Instituto Ecomaris. O projeto teve início em abril de 2021 e tem como objetivo recuperar a vegetação nativa da região da Ilha, proporcionando mais qualidade de vida para moradores e frequentadores do local.

Na prática, as mais de 5 mil mudas serão plantadas em uma área de 13 mil metros quadrados, com o cercamento de trechos das praias. Entre as mudas, há bromélias, gravatás, pitangueiras e araçás, além de outras que servem de alimento, sendo necessária, para isso, a remoção de árvores exóticas.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, destaca que o projeto é fundamental para proteger a Baía das Tartarugas, uma Área de Proteção Ambiental (APA) rica em biodiversidade.

Tartarugas, peixes, golfinhos e aves

Também segundo Tarcísio, a APA Baía das Tartarugas é uma das maiores áreas de valorização ambiental que há no Estado, com toda a dinâmica marinha com que ela conta.

“Além da ocorrência das tartarugas, que dão nome à região, temos um mosaico de diferentes ambientes, incluindo a orla, a areia, costão rochoso, ilhas, a foz do Rio Camburi, tudo isso faz com que seja uma das maiores áreas de ocorrências de uma série de organismos importantes, como peixes, tartarugas, golfinhos, aves e muitos outros”, afirmou o secretário.

De acordo com ele, recuperar essa faixa de cobertura vegetal nativa de restinga, na Ilha do Frade, é fundamental para tornar o ambiente costeiro mais aprazível, com a vinda de animais nativos, fazendo a devida contenção da erosão eólica. “A vegetação é abrigo para uma série de animais silvestres, principalmente aves que vivem nesse ambiente costeiro. Elas fazem seus ninhos nessa área de vegetação de restinga”, explicou.

Remoção de espécies exóticas

Tarcísio destacou a necessidade de remoção de espécies exóticas. “O nome exótico é dado para espécies vegetais que não são nativas dessa região. Foram inseridas na nossa orla e arborização urbana no decorrer dos anos, mas não têm uma função importante, como pinheiros e castanheiras. Não oferecem frutos para os animais, a sombra impede que a restinga se desenvolva e há todo um efeito negativo sobre edificações, com suas raízes, entre outros”, esclareceu.

O doutor em Recursos Naturais e gerente do Projeto Restinga, Vinícius Rocha, também considera fundamental restaurar a vegetação da região para proteger a biodiversidade da Ilha do Frade e da Baía das Tartarugas como um todo, e melhorar o local para visitação em prol da sociedade.

“Temos pequenos fragmentos de restinga que serão aumentados pelo projeto e isso vai ajudar a melhorar o ambiente para permitir que aumente a diversidade de aves. Como símbolos da restinga, temos o sábia-da-praia e a coruja-buraqueira. Agora é comum vermos os anus-brancos e pretos, quero-quero, sabiá-barranco, lavadeira-mascarada, corruíra ou garrincha, suiriri, bem-ti-vi, canário-da-terra-verdadeiro, beija-flor-tesoura, garça-branca grande e pequena, garça azul”, acrescentou o gerente do projeto.

Preservação das espécies

Essa iniciativa ambiental, segundo Vinícius, também vai preservar répteis e mamíferos, como morcego e sagui. E ainda, irá aumentar consideravelmente a área de restinga já existente na região, intensificando a barreira para as ressacas do mar e a erosão das praias que pode piorar a qualidade para uso.

Além do impacto em terra, o Projeto Restinga tem efeitos positivos também no ambiente marinho. Afinal, as fortes chuvas e a presença de uma vegetação inadequada causam o caimento do solo que, por consequência, sujam o mar e reduzem a qualidade da água costeira. 

Pontos moeda