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"Pequena no tamanho, gigante nas ações", amigos relembram vítima de atentado

Amigos relembraram vida e trajetória da professora Flávia, vítima de atentado em duas escolas de Aracruz

Foto: Arquivo da Família
Flávia ao lado da mãe, Grayce 

Amigos relembraram a professora Flávia Amboss Mercon Leonardo, de 36 anos,  uma das vítimas fatais do atendado a escolas em Aracruz, ocorrido na sexta-feira (25). Flávia era doutora em antropologia social e lecionava na Escola Estadual Primo Bitti, um dos alvos do ataque de um adolescente de 16 anos. 

Flávia foi a quarta vítima confirmada do ataque que também tirou as vidas de Cybelle Passos Bezerra Lara, professora de matemática, de 45 anos, Maria da Penha Pereira de Melo Banhos de 48 anos, professora de artes, e Selena Sagrillo Zucoloto, de 12 anos, aluna Centro Educacional Praia de Coqueiral.

Em conversa com o Folha, a advogada e amiga de longa data de Flávia, Lívia Xavier, dividiu histórias sobre os tempos de faculdade, época em que conheceu a professora, quando ambas cursavam Ciências Sociais. 

"A Flávia foi uma das minhas primeiras e grandes amigas nas Ciências Sociais e a quantidade de lembranças alegres e de luta é enorme. Pequena no tamanho, gigante em suas ações", contou. 

Lívia também destacou a seriedade com que Flávia encarava sua profissão e como enxergava na educação uma ferramenta transformadora de vidas ". Levava a sério suas atividades como pesquisadora e acreditava na educação como ferramenta transformadora do mundo. Além disso, um ser humano incrível, uma amiga que vai fazer muita falta". 

Ainda sobre o tempo que dividiram juntas, Lívia é carinhosa em relembrar passagens memoráveis dos tempos de faculdade "Inteligentíssima, focada, se formou com honra. Lembro da gente rir porque ela extrapolava o tempo nas provas sempre, diante da quantidade de coisas que tinha estudado e o que tinha a dizer", afirmou.

Ela lamentou o assassinato da amiga, o que classificou como uma partida precoce, de forma cruel e completamente absurda. "Um ser humano maravilhoso e que fará muita falta nesse mundo", complementou. 

Vítima de tragédia era ativista em movimento social

Flávia, além de doutora em Antropologia Social, compunha um movimento para atendimento às vítimas atingidas por barragens, no caso, pela tragédia de Mariana, em Minas Gerais.

À reportagem, um amigo, Marcos Tadeu, que também fazia parte da coordenação do movimento, revelou que a professora se voltava para auxiliar mulheres vítimas da causa, já que considerava que elas não encontravam o mesmo reconhecimento que os homens por parte das empresas causadoras do desastre. “Ela estava envolvida desde 2015 e dedicava grande empenho a esta causa nobre”, destacou.

O velório de Flávia acontecerá neste domingo (27), no cemitério Jardim da Paz, na Serra, a partir das 8h. O sepultamento acontecerá no mesmo cemitério, às 15h. 



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