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Governo vai investir R$ 1,5 bi para melhorar e ampliar capacidade de rodovias do ES

Financiamento foi assinado com o BID e prevê nova aplicação de camada asfáltica e sinalização nas rodovias estaduais, além de repassar trechos dessas vias para as prefeituras

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Hélio Filho/Secom

O Governo do Estado vai investir R$ 1,5 bilhão para revitalizar cerca de mil quilômetros da malha rodoviária no Espírito Santo. A ideia do chamado  "Programa Rodoviário do Estado do Espírito Santo BID IV" é reabilitar as rodovias estaduais a fim de aumentar a capacidade de transporte de cargas e nível de segurança. 

O programa foi apresentado pelo governador Renato Casagrande (PSB) durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (28), no Palácio Anchieta, em Vitória. As obras serão executadas pelo Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES). 

O investimento é fruto de um financiamento assinado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O empréstimo será pago entre 2029 e 2044.

Casagrande apontou que, além das revitalizações, haverá obras de expansão do traçado rodoviário. 

"Serão mil quilômetros de reabilitação com o financiamento do BID e 36 quilômetros de implantação. Os primeiros editais serão relativos aos trechos que ligam Linhares a Rio Bananal e a Colatina e também trechos que ligam o litoral norte à região de Aracruz. Já obras de implantação incluem a nova ponte sobre o rio Reis Magos, na Serra, e o grande contorno viário que envolve Jacaraípe, Nova Almeida e Praia Grande, que faremos com recurso próprio", citou. 

Os editais de licitação envolvendo as regiões de Linhares, Colatina e Aracruz serão publicados em janeiro de 2022. 

Segundo o DER-ES, todos os trechos ganharão um novo pavimento, mais resistente, além de melhorias e reparos na estrutura de sinalização. O diretor presidente do DER-ES, Luiz Cesar Maretto Coura, lembrou que a nova camada asfáltica irá ser condizente com as capacidade de transporte dos caminhões atuais. 

"Onde passava um caminhão de 20 toneladas por eixo poderá passar um de 60 toneladas por eixo. O importante é fazermos um pavimento que tenha capacidade de absorver carga porque a partir daí vem o fomento da economia do Estado", compara. 

Ele também complementou apresentando uma novidade no contrato com o BID: as empresas que forem contratadas para a execução das obras também serão responsáveis pela manutenção desses trechos durante cinco anos. 

Municipalização das rodovias

O diretor presidente do DER-ES lembrou que o Estado pretende também repassar para os municípios trechos de rodovias que estão dentro do limite das cidades. 

Ele não citou quais seriam essas vias mas apontou que é um contexto presente em todas as 78 cidades do Espírito Santo. Na Grande Vitória, por exemplo, a Rodovia José Sette poderia ser municipalizada e passaria a ser gerida pela Prefeitura de Cariacica.

Foto: Folha Vitória/ Marcelo Pereira
Diretor presidente do DER-ES, Luiz Cesar Maretto, planeja convencer prefeituras a se tornarem responsáveis por  trechos de rodovias estaduais

"Temos 6 mil quilômetros de rodovias no Estado. Quatro mil pavimentadas. Duas mil ainda precisam de pavimentação. Desses quatro mil quilômetros, quando chegam na cidade e entram no município, eles não são mais consideradas rodovias e passam a ser avenidas. O DER-ES passa a ter dificuldade de atuar dentro da cidade, pontuou".

Além disso, o presidente do Departamento disse que uma manutenção preventiva será realizada. "Vamos fazer uma manutenção preventiva bem feita com massa asfáltica e sinalização. Depois, entregaremos os trechos urbanos para as prefeituras, considerados avenidas, para que o poder municipal possa dar continuidade de manutenção e cuidado dessas vias".

Maretto garantiu que haverá um diálogo entre Estado e prefeituras para que a transferência não seja algo impositivo. 

"Já estamos conversando com vários prefeitos. A maioria deles topa porque depois que municipaliza eles passam a ter facilidade de cobrar o IPTU daquilo que está construído na beira da rodovia. O que passa a ser uma avenida é um ganho, inclusive, para o município. Passa a ser uma avenida nova e passa a ter a possibilidade de cobrar IPTU dos imóveis que estão na beira da rodovia", apontou. 


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