Vídeo: Pedreiro capixaba diz que urubu de estimação é torcedor do Flamengo

Um pedreiro de Cachoeiro de Itapemirim tem despertado a curiosidade dos moradores da cidade ao andar pelas ruas carregando um urubu nos ombros. Sim! A ave é o animal de estimação de Ronélio Pereira de Carvalho, de 34 anos, que reside no bairro Alto Bela Vista, há um ano e dois meses.

Ronélio conta que até os quatro meses de vida, ele acreditava que a ave era uma siriema, e se surpreendeu quando os pelos começaram a ficar pretos. “Eu estava na roça trabalhando, quando vi que meu cachorro estava atacando alguma coisa. Fui ver o que era, e percebi que era uma preá, mas tinha morrido. Coloquei na bolsa para levar para a casa. No meio do caminhão, o cachorro de novo tentou atacar outro bicho, quando fui ver era o filhote de ave. Era bonitinho e pensei que era siriema e pensei em levar para a casa”, conta.

Quando chegou em casa, o pedreiro alimentou a ave com macarrão e arroz, mas ela se recusou a comer. Enquanto limpava a preá, percebeu que, até então a siriema, gostava de carne. “Logo imaginei que era uma ave predadora. Dei as tripas da preá e a ave comeu, mas não quis a carne. Então, eu comecei a caçar e pescar para alimentá-la. Depois de quatro meses, percebi que as penas começaram a ficar pretas e para minha surpresa, eu estava criando um urubu”, continua Ronélio.

Ele pesquisou sobre a criação da ave e tentou introduzi-la em seu habitat com outros urubus, mas o bicho apanhava, e ele levava novamente para casa. “Eu saia para trabalhar e meu filho ficava vigiando, até que um dia o urubu voou. Quando ele estava no ar, gritei: ‘Falcão!’, e ele veio até mim. Depois de um tempo, me mudei para Cachoeiro e adaptei ele em um poleiro na casa de minha mãe e ele fica muito bem lá até hoje”, ressalta.

Companheirismo

Além do urubu, Ronélio tem um cachorro, o ‘Valente’, que se dá super bem com a ave. “O ‘Falcão’ fica o tempo todo comigo. Quando não posso lev-lo, tenho que sair escondido. Mesmo assim, ele vai atrás e fica me procurando nas obras. Como ele tem medo de carro e moto, ele me segue voando. Quando se aproxima de mim, chama a atenção das pessoas, que não entendem bem e até me chamam de doido”, diverte-se.

Os dois convivem tanto tempo juntos, que a esposa de Ronélio, Talita, tem ciúmes da ave. “Ela briga comigo. Diz que dou mais atenção para o urubu do que para ela. Ele se dá muito bem como ‘Valente’, mas tem ciúmes se ele se aproxima de mim. Se eu demoro a acordar de manhã, ele começa a rodar em volta de casa, querendo me chamar para sair”, explica.

‘Falcão’ não é um urubu qualquer. Aliás, é bem diferente dos companheiros. “Ele não come carne estragada como os outros. Uma vez na roça encontrei uma vaca morta e estava fedendo e cheia de urubus. Coloquei uma sacola na mão e fui tentar pegar um pedaço para ele. Quando cheguei perto com a carne, ele vomitou. Não quis comer. Ele adora carne vermelha, qualquer uma, mas tem que estar guardada na geladeira. Se der cheiro de estragada, ele não come. Duas vezes por semana dou carne moída, se der três dias, ele também não come”, afirma o pedreiro.

O urubu começa de manhã e à tarde, e toma água normalmente. “Não sei as medidas de um urubu, mas o Falcão, com as asas abertas, mede 1,5 cm e deve estar pesando uns dois quilos. Tudo que ele faz, de pousar no meu braço e ombro, ele aprendeu sozinho. Quando ando na rua, ele fica do alto me vigiando. Tenho que ficar olhando para trás, porque ele vem e pousa”, comenta.

Outra curiosidade é que o urubu adora futebol e assiste pela televisão, e como bom mascote, é torcedor do Flamengo. “Ele assiste todo jogo do Flamengo, e presta atenção na televisão. Eu li que o urubu vive 100 anos, já até avisei minha mulher, que temos que ter um filho para eu treiná-lo para ficar com o Falcão. Ele é da família”, completa Ronélio.