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Espírito Santo tem mais de 220 mil analfabetos, aponta IBGE

Dentre os mais de 220 mil analfabetos no Estado, 57,5% são mulheres. Porém, no Brasil, a taxa de analfabetismo tem caído lentamente - atualmente é de 8%.

Segundo os mesmos dados do IBGE (2015), a taxa é mais alta em pessoas com 60 anos ou mais - 22,3% Foto: Arquivo

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Geral (IBGE) divulgados no final de 2016 apontam que o Espírito Santo tem quase 7% de analfabetos - pessoas com mais de 15 anos que não foram alfabetizadas. Dentre os mais de 220 mil analfabetos, 57,5% são mulheres. 

Os números foram apresentados pela professora doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sandra Mara Mendes da Silva Bassani, na reunião da Comissão de Educação desta quarta-feira (3), que debateu as perspectivas para sanar o problema no Estado. No Brasil, a taxa de analfabetismo tem caído lentamente – atualmente é de 8%. "Ainda assim, isso representa quase 13 milhões de brasileiros. É muita gente", alertou Sandra. 

Segundo os mesmos dados do IBGE (2015), a taxa é mais alta em pessoas com 60 anos ou mais - 22,3%. "Isso significa que pelo menos um entre cinco idosos brasileiros não sabe ler nem escrever. Esses idosos fazem parte de uma geração que não teve acesso à educação durante a infância, e perduram sem conseguir dar o primeiro passo em direção ao mundo escolarizado, provavelmente por já estarem trabalhando e não terem 'tempo'", refletiu.

Entre as propostas apresentadas pela doutora para minimizar o analfabetismo estão: investir na capacitação de professores, principalmente os de português; desenvolver pesquisas com o corpo docente das escolas que apresentam baixo desempenho para levantar as dificuldades e elaborar propostas de intervenção; estabelecer parcerias com instituições de ensino superior que ofertam o curso de Pedagogia, para que uma parte do estágio obrigatório possa ser desenvolvida por meio de projetos efetivos de alfabetização de jovens e adultos; entre outras.

Por fim, a professora afirmou que as pessoas precisam se sensibilizar para que assumam o compromisso social e cidadão de ajudar na alfabetização daqueles que necessitam. "Também é necessário que as políticas públicas ampliem o alcance dos programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que eles sejam levados até as pessoas que desejam ser alfabetizadas", sugeriu.

O presidente do colegiado, deputado Rodrigo Coelho (PDT), lembrou que a Comissão tem discutido bastante sobre analfabetismo e EJA, desde o início do ano. 

"Infelizmente, existem vários motivos de grande evasão escolar, não só a falta de subsídio para alguns alunos continuarem os estudos, mas a própria rotina de trabalho deles, as dificuldades nos estudos que são parecidos com o ensino regular, entre outros. O problema não é simples, a solução não é fácil. Não é à toa que temos 8% de pessoas analfabetas no Brasil. Esse tem sido o principal assunto de nossas reuniões. É o tema mais complexo, talvez o público que mais precisa da nossa atenção", destacou o parlamentar.

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