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Após massacre em Suzano, ameaças são registradas em escolas do ES e do Brasil

Em escolas de diversos estados foram registradas ameaças de ataques semelhantes ao de Suzano. Algumas unidades chegaram a cancelar as aulas

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Centro Educacional Gisno, em Brasília, cancelou as aulas após ameaças na manhã desta segunda

Em menos de uma semana após o ataque em uma escola de Suzano, em São Paulo, os casos de adolescentes detidos por ameaças se multiplicaram pelo Brasil. Nem mesmo o Espírito Santo ficou de fora das supostas ameaças. 

Segundo informações de estudantes da escola Elza Lemos Andreatta, em São Pedro, Vitória, um aluno chegou a enviar aos colegas fotos com arma, dizendo que seria capaz de entrar no local e matar todos a tiro. A Secretaria Estadual de de Educação, no entanto, nega a veracidade da ameaça.

Por meio de nota, a Sedu informou que a direção da escola "desconhece qualquer informação de aluno entrando com arma na unidade". A secretaria também esclareceu que a Patrulha Escolar atua de forma preventiva, conscientizando os alunos sobre os malefícios das drogas, consequências do bullying e atos violentos, entre outras ações. A Polícia Militar também não confirmou a ameaça e disse que nenhuma ocorrência com essas características foi registrada.

Na última quarta-feira (13), a Escola Estadual Raul Brasil, na cidade paulista de Suzano, foi cenário de um massacre. Dois jovens entraram no local, com revólver e armas brancas, mataram oito pessoas e, em seguida, um deles foi morto pelo outro, que cometeu suicídio em seguida. Outras 11 pessoas ficaram feridas.

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Casos se multiplicam pelo país

Na quinta-feira (14), estudantes do Instituto de Educação de Amazonas (IEA), em Manaus, viveram momentos de tensão, quando dois alunos, um de 16 anos e outro de 17 anos, fizeram ameaças por meio de mensagens no aplicativo Whatsapp. O mais velho foi levado por policiais militares à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais acompanhado do gestor e do pedagogo da instituição.

Na sexta-feira (15), em Teixeira de Freitas, Bahia, um rapaz de 18 anos foi encaminhado para a delegacia pela Polícia Civil, após suspeitas de que ele planejava um ataque semelhante ao de Suzano. Segundo informações da polícia, ele havia colocado uma foto no perfil do WhastApp com a frase “próximo ataque será no Ceteps”. A escola em questão é o Centro Territorial de Educação Profissional, onde estudam cerca de mil alunos.

No mesmo dia, outro caso parecido. Dessa vez, em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde um estudante de 18 anos foi detido após publicar em uma rede social uma mensagem que espalhou medo entre pais e alunos. Na mensagem, ele dizia que mataria pessoas na escola. Para a polícia, ele disse que a intenção era fazer uma “brincadeira”. 

Ainda na sexta, em Brasília, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) começou uma investigação sobre cinco ameaças a colégios públicos da capital federal. Por conter nomes de adolescentes, os casos seguem em segredo de Justiça. No entanto, uma das ameaças foi o desenho de uma suástica, que foi feito no quadro de uma sala de aula. Junto ao símbolo nazista, o responsável escreveu: “massacre em 20/3”. Nem mesmo o nome da escola foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

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No estado de São Paulo, uma outra ameaça aconteceu na cidade de Taboão da Serra. Neste domingo (17), houve a apreensão de um adolescente de 16 anos que, segundo informações da polícia, ameaçou cometer ataques em uma escola do município. As ameaças foram descobertas por uma funcionária da escola. O boletim de ocorrência descreve que a vice-diretora recebeu prints de uma conversa em que o menor informava a um outro aluno que pretendia realizar o ataque nesta segunda-feira, dia 18. Ela foi até a delegacia junto com a diretora e relatou o ocorrido.

Nesta segunda-feira (18), novas ameaças foram noticiadas. Uma delas aconteceu em Ribeirão Preto, também no estado de São Paulo. Um estudante de 16 anos foi denunciado pelo diretor de uma escola técnica após o aluno ter feito ameaças  por meio de mensagens em um grupo. Um dos professores da unidade de ensino teve acesso à conversa em que o estudante teria postado possuir armamento e munição e que o suposto massacre aconteceria nesta segunda. Em Boletim de Ocorrência, consta que as ameaças também incluiriam o assassinado do docente por um outro aluno.

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Ainda na manhã desta segunda, as aulas de uma escola pública de Brasília foram suspensas após uma troca de mensagens via Whatsapp, na qual quatro estudantes tramavam cometer atentados no Centro Educacional Gisno. A Polícia Civil informou que o caso será submetido à apreciação judicial e os menores poderão responder por ameaça e incitação ao crime.

Segundo informações da Agência Brasil, as mensagens foram trocadas entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira. Nelas, os estudantes – três deles de 17 anos e um com 18 – combinam “fazer uma competiçãozinha de quem mata mais” na escola. Um deles diz aceitar “fazer parte da linha de frente no massacre”, e outro detalha como o atentado deveria ser executado.

Com informações da Agência Brasil.



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