Polícia

Júri absolve acusados de mandar matar diretor do Sine de Nova Venécia

Por maioria de votos, o conselho de sentença considerou que Fernanda Cassa Rodrigues, Euclides Gomes da Silva e Elenilson Gomes da Silva não tiveram envolvimento no crime, ocorrido em fevereiro do ano passado

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Nova Onda

O tribunal do júri absolveu os três réus acusados de serem os mandantes do assassinato do diretor do Sine de Nova Venécia, Dionízio Gonzaga de Oliveira, morto a tiros em fevereiro do ano passado. O júri popular sobre o caso teve início na manhã de quinta-feira (24) e terminou na tarde desta sexta-feira (25).

Estavam no banco dos réus Fernanda Cassa Rodrigues, Euclides Gomes da Silva e Elenilson Gomes da Silva. Eles respondiam pelos crimes de homicídio triplamente qualificado — mediante contratação e promessa de recompensa, motivo fútil e por emboscada e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima — e por corrupção de menor, já que um adolescente teria participado do homicídio.

O conselho de sentença, no entanto, entendeu, por maioria de votos, que nenhum dos três réus teve qualquer participação no assassinato de Dionízio. Portanto, eles deverão deixar a prisão já nesta sexta-feira.

"Os três alvarás de soltura serão expedidos hoje (sexta-feira) e, a partir de agora, é vida que segue", destacou a advogada de defesa dos réus, Jaqueline Cazoti dos Santos, em entrevista à Rádio Nova Onda FM.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), autor da ação contra os réus, ainda pode recorrer da decisão. Para isso, a Promotoria tem cinco dias para apresentar o recurso ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

A advogada, no entanto, acredita que uma reviravolta no caso é improvável. "Eventual recurso que, por ventura, possa ser interposto pela Promotoria será combatido por nós. A Constituição Federal é expressa no sentido da soberania dos veredictos conferida ao Tribunal Popular do Júri", ressaltou.

"Então o Tribunal de Justiça, para poder desconstituir uma sentença dessa, prolatada por um conselho de sentença, somente mediante a uma hipótese de nulidade, algo desse tipo, e não à livre apreciação da prova", completou.

Ainda de acordo com a advogada, não está descartada a possibilidade dos réus ingressarem com uma ação contra o Estado, em função do tempo em que permaneceram presos. Eles foram detidos em julho do ano passado.

"Eu ainda tenho que sentar com eles, fora da unidade prisional, para ver se eles têm o interesse em estar movendo alguma ação contra o Estado ou se eles têm o interesse em simplesmente prosseguir com a vida deles".

Família da vítima decepcionada com resultado do julgamento

Também em entrevista à Rádio Nova Onda, o irmão de Dionízio, Zacarias Gonzaga de Oliveira, não escondeu a decepção com o resultado do julgamento. Ele, no entanto, não perde a esperança de que os verdadeiros culpados sejam punidos.

"A gente se sente com a Justiça não feita. Parece que meu irmão morreu de infarto e ninguém fez nada. Mas, durante os depoimentos, eu sempre coloquei nas mãos de Deus, que seja feita a vontade de Deus. Eu acredito que a justiça da terra pode até falhar, mas a de Deus não falha. Eu acredito que vão chegar aos culpados".

A reportagem entrou em contato com o Ministério Público Estadual, para saber se a Procuradoria pretende apresentar algum recurso contra a sentença. No entanto, ainda não houve retorno.

Relembre o crime

Foto: Reprodução/Facebook

Dionízio Gonzaga de Oliveira, de 42 anos, foi assassinado a tiros na manhã do dia 23 de fevereiro do ano passado, quando chegava ao trabalho em Nova Venécia, no Noroeste do Estado. 

O crime aconteceu na Rua Jussara, no bairro Margareth, próximo ao Sine do município. O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para prestar os primeiros socorros ao servidor, mas ele morreu ainda no local.

Segundo policiais que atenderam a ocorrência, Dionízio foi baleado com dois tiros, por volta das 7 horas, por dois indivíduos que o abordaram. Um deles estaria encapuzado. Logo após os disparos, os dois fugiram.

De acordo com as investigações, o autor dos disparos foi um adolescente. Ele estava junto de um outro indivíduo, identificado como Virgílio Luiz dos Santos Oliveira, que também é réu no processo, mas será julgado em separado.

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