Caso Kauã e Joaquim

Justiça nega pedido da defesa e mantém júri de Georgeval Alves em Linhares

Advogado Pedro Henrique Souza Ramos, responsável pela defesa do ex-pastor, explicou que solicitação foi feita por ter recebido ameaças

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/TJES

O juiz Tiago Fávaro Camata negou na noite desta sexta-feira (31) pedido da defesa do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves para que o júri popular, marcado para a próxima segunda-feira (3), não fosse realizado em Linhares, no Norte do Espírito Santo

Georgeval é acusado torturar, violentar e matar o filho Joaquim Alves, de 3 anos, e o enteado Kauã Butkovsky, 6 anos, em 2018. 

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A solicitação, feita ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), era de um desaforamento do júri. O advogado Pedro Henrique Souza Ramos, responsável pela defesa de Georgeval Alves, explicou que o pedido foi feito por questão de segurança. 

Foto: Reprodução TV Vitória
Advogado Pedro Henrique Souza Ramos, responsável pela defesa de Georgeval Alves, alega questão de segurança para pedido de mudança de local do julgamento
"Nós recebemos uma série de ameaças. Não somente a defesa, também o acusado. E é nesse sentido por entender que se trata de uma violação à própria advocacia e à própria cidadania. Por isso, nós solicitamos ao Tribunal de Justiça que suspenda liminarmente segunda-feira até que possa ser decidida a questão", comentou, sem especificar quais seriam as ameaças.

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O juiz analisou o pedido e, em sua decisão, disse que a defesa, que já havia feito várias solicitaçõe de adiamento do julgamento, não havia citado a questão de segurança do réu ou dos advogados. Na análise do magistrado, a defesa também não apresentou "nenhum indicativo mínimo de risco à segurança dos advogados, do acusado e acerca da imparcialidade dos jurados, limitando-se a meras especulações"

Foto: Montagem / Folha Vitória
Georgeval Alves é acusado de estuprar e matar o filho Joaquim e o enteado Kauã (destaque)

As anteriores haviam sido por causa de uma cirurgia de um outro advogado e que uma testemunha de defesa não poderia estar presente na cidade, já que não mora no Espírito Santo.

O juiz Tiago Fávaro Camata lembrou ainda que o tema foi tratado muito próximo à data do júri. 

"Ora, não é crível que somente no primeiro dia útil que antecede ao julgamento, a Defesa tenha vislumbrado o tal risco à segurança e à imparcialidade dos jurados, vindo a requerer a suspensão do julgamento faltando 03min para o encerramento do expediente", escreveu o magistrado. 

Assim, o julgamento está mantido para segunda-feira (3), no Fórum Desembargador Mendes Wanderley. Camata irá presidir o júri.

Com o julgamento mantido, questionado sobre qual linha iria seguir na defesa, Souza Ramos não quis adiantar. 

"A defesa irá atuar de acordo com a coerência contida no processo. Ou seja, acreditando de fato na inocência do pastor Georgeval e trazendo isso ao conselho de sentença no momento oportuno", acrescentou.

Ex-pastor será submetido a júri por crime cometido em 2018

Georgeval Alves vai a júri popular quase cinco anos após o crime em que é acusado de ter violentado sexualmente, torturado e colocado fogo nas crianças. 

Tudo teria acontecido na madrugada do dia 21 de abril de 2018, por volta das 2h, na casa onde ele morava com a esposa e as vítimas, no centro de Linhares. 

Contra ele pesam os crimes de duplo homicídio qualificado, estupros de vulneráveis e tortura. O julgamento deve durar três dias. 

Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/RecordTV

 

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