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LISTA | Saiba quais os postos da Grande Vitória que vendiam combustível alterado

Cinco estabelecimentos de Cariacica, dois de Vila Velha e um da Serra foram alvos da operação

Foto: Agência Brasil

Oito postos de combustíveis da Grande Vitória foram alvos de uma operação da Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal. Os estabelecimentos, segundo as investigações, recebiam e vendiam gasolina adulterada. (Veja a lista dos postos abaixo, divulgada pelo Sindipostos).

As investigações apontam que, desde 2020, a quadrilha recebia de forma ilegal cargas de álcool hidratado e nafta solvente de outros estados e misturavam um corante para simular a cor da gasolina. O superintendente da PF, delegado Eugênio Ricas, destacou que o combustível irregular pode danificar os veículos. 

"O material transportado era um solvente chamado nafta e álcool hidratado. Tudo indica que a organização misturava o álcool com a nafta e colocava corante para parecer gasolina. Mas, na verdade, não se tratava de gasolina. É um produto adulterado que pode danificar os carros e prejudicar os consumidores", explicou o delegado.

Ainda de acordo com as investigações, até agora, a quadrilha lucrou R$ 38 milhões. O esquema fraudulento que prejudicava o consumidor final, segundo a polícia, ajudava o crime organizado. 

A organização criminosa era comandada por Denilson Pessanha, conhecido como "Barão do Petróleo". O suspeito foi preso no Espírito Santo, em 2020, e foi levado para o Rio de Janeiro. Mesmo preso, ele continuava liderando a quadrilha.

"Com ele, tinham outras pessoas, inclusive familiares, que cuidavam dessa organização criminosa. Parte dessa organização criminosa era composta por laranjas, pessoas que sabiam que o nome era utilizado para gerir os postos de combustíveis", detalhou.

O que diz o Sindipostos?

O Sindipostos, que representa o setor composto por mais de 700 postos no Espírito Santo, destacou que apoia a Operação Naftalina e repudia toda e qualquer prática que não esteja em conformidade com as regras do setor, mas respeitando o direito de defesa dos envolvidos.

"O Espírito Santo tem, historicamente, segundo o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP, um dos melhores índices de qualidade do Brasil. Os fatos que estão sendo investigados são pontuais e, como se viu, praticados por novos entrantes oriundos de outros estados. Ou seja, não representa a realidade do nosso mercado", destacou o sindicato da categoria. 

Veja a lista dos postos de combustível onde a gasolina adulterada era vendida

Posto Gallo 
Rodovia Governador José Sete, Cariacica
Posto São Geraldo 
Cruzamento da Rua São Roque com a Rua Águia Branca, Vale Encantado, Vila Velha
Posto Frontier 
Cruzamento da Rua Vicente Celestino com a Rua Santana, Campo Grande, Cariacica
Posto As Eirelli 
Avenida Fernando Antônio, 579, Bela Aurora, Cariacica
Posto Nova Marca 
Rodovia Norte-Sul, ao Lado do Terminal de Carapina, Rosário de Fátima, Serra
Posto Jupter
Rodovia do Sol, 1796, Praia de Itaparica, Vila Velha
Posto Bremenkamp 
Cruzamento da Avenida Bahia com a Rua Mariano Firme, Valparaiso, Cariacica
Posto Rio Marinho
Cruzamento da Rua Principal com Rua Ovídio, Rio Marinho, Cariacica

O que dizem as bandeiras? 

A Vibra (Bandeira BR), responsável pela bandeira de alguns dos postos, informou que tomou conhecimento dos fatos e solicitará aos revendedores esclarecimentos como parte do processo interno de investigação conduzido por sua área de compliance. 

"É importante ressaltar que como líder de mercado e presente em todo o território nacional, a Vibra é reconhecida pelo empenho nos esforços para a moralização e saneamento do mercado de distribuição de combustíveis, com iniciativas próprias ou juntamente com demais empresas reunidas no Instituto Combustível Legal (ICL) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP)", destacou em nota.

A companhia disse ainda que vem fazendo um radical corte de postos de sua rede após detecção de diversos tipos de irregularidades, resultando em menos 800 revendedores.

Já a AleSat Combustíveis S/A (Bandeira Ale) informou que mantém um rigoroso programa de compliance e é comprometida em operar segundo fortes princípios éticos. 

"Por força das normas brasileiras de regência da atividade de comercialização de combustíveis, a administração dos postos revendedores é feita diretamente por seus proprietários sem intervenção dos agentes de distribuição. Os contratos firmados entre a distribuidora e os postos revendedores possuem cláusulas expressas de anticorrupção e observância das leis vigentes no país, sendo vedada a sucessão comercial sem anuência expressa da companhia, sob pena de rescisão contratual, com as cominações legais de praxe. Também é exigido, em contrato, o compromisso com a qualidade dos produtos comercializados e há rígido controle sobre as especificações e conformidades dos combustíveis, de acordo com as normas vigentes".

A companhia destacou que está apurando os fatos e, caso sejam detectadas irregularidades na operação do revendedor de combustíveis que possam prejudicar ou lesar os consumidores, vai adotar todas as medidas legais cabíveis para descaracterizar e expurgar esses postos de sua rede credenciada.

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