Polícia

Guerra pelo comando do tráfico tira a vida de inocentes em Vila Velha

Guerra pelo tráfico de drogas tirou a vida de uma criança e um adolescente. Além da paz dos moradores e comerciantes da região da Grande Santa Rita, em Vila Velha

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Inocentes são mortos e comunidades ficam em pânico. A guerra pelo comando do tráfico de drogas na Grande Santa Rita, em Vila Velha, tirou a vida de uma criança de nove anos e um adolescente, na última semana.

De um lado a disputa incessante de traficantes de grupos rivais pelo comando do tráfico de drogas. De outro, moradores e comerciantes coagidos, com medo. 

É dessa forma que vive a população da região da Grande Santa Rita. O Capitão William, subcomandante da 17ª Companhia Independente, da Polícia Militar explicou como funciona essa guerra do tráfico de drogas na região.

"O local do último homicídio faz fronteira também com bairro onde possui uma gangue rival. Nesse sentido, por haver essa disputa, muito facilmente uma gangue consegue chegar ao local e querer atacar a outra. É muito próximo o local. A rua faz divisa com o bairro Santa Rita, onde está a outra facção que faz confronto com essa. Nisso, fica fácil a guarnição ir atacar, no mesmo sentido que ocorreu nesse último fato", relatou o capitão.

Para tentar diminuir os impactos da violência, a polícia pede ajuda da população. Além disso, o policiamento na região da Grande Santa Rita foi intensificado.

"Além da Força Tática, temos o apoio, igual nesse último fato que ocorreu, da Força Tática de outras unidades. Também temos saturação de força tarefa pra poder justamente chegar nos locais que possa ocorrer esse tipo de situação de homicídio", contou.

Vítimas dos confrontos

Mesmo com várias ações, os confrontos armados continuam. No meio desse fogo cruzado, pessoas inocentes perdem o direito à vida. O último tiroteio, que aconteceu na noite de quarta-feira (27), deixou duas pessoas mortas e uma ferida.

Uma das vítimas foi Kemily Vitória Faria Santos. Uma menina de apenas nove anos que morreu na noite de quarta-feira, vítima de bala perdida, durante um ataque entre traficantes a um grupo rival, no bairro Ilha da Conceição, na região da Grande Santa Rita, em Vila Velha.

A menina foi atingida por um disparo na cabeça, enquanto brincava na rua com outras crianças. Inconformados, familiares da vítima realizaram um protesto na quinta-feira (28) pedindo justiça.

"Meu coração está arrassado porque minha bichinha, eu que criei ela, eu dava tudo pra minha bichinha, pagava van pra buscar ela na escola, tudo", desabafou a avó de Kemily.

Brenderson Reis de 17 anos também foi atingido por um disparo na cabeça. Ele tentou se esconder dos criminosos embaixo de um carro, mas um dos suspeitos foi atrás dele e efetuou o disparo. 

"Ele não tinha envolvimento com coisas erradas. Não sei o que aconteceu, se foi amizade errada, não sei o que aconteceu. Ele só tinha tamanho, porque ele era bem grandão, mas ele era o nosso bebê", contou a tia de Brenderson.

Além de Kemily e Brenderson, um rapaz de 20 anos também foi alvejado. Ele foi o único sobrevivente dos três baleados. O jovem levou um tiro nas costas e a bala ficou alojada na garganta

Ele foi socorrido para um hospital da região e precisou passar por uma cirurgia. Na manhã de sexta-feira (29), os corpos de Kemily e Brenderson foram sepultados no Cemitério de Santa Inês.

Por meio de nota, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb/ES) informou que por segurança, os ônibus que fazem a linha 658 e 631, que passam pela região de Primeiro de Maio, estão operando com desvio de itinerário.

A Ceturb informou ainda que quando a situação for normalizada, o trajeto original das linhas será retomado. Já a Polícia Civil informou que o caso segue sendo investigado e nenhum suspeito foi preso, até o momento.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV

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