Polícia

Preso por financiar tráfico em Tabuazeiro ostentava vida de luxo

Daud Martins Nasser dos Santos é investigado por tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação

Foto: Reprodução | Polícia Civil

Daud Martins Nasser dos Santos, um empresário ligado ao comércio de carros de luxo em Vitória, foi preso na última sexta-feira (19), em uma casa de Jardim Bela Vista, na Serra. Segundo a polícia, além de ostentar uma vida de luxo, ele é suspeito de integrar uma organização criminosa, responsável pelo tráfico de drogas no Morro do Macaco, além de financiar o tráfico de drogas no bairro Tabuazeiro.

O empresário era o principal alvo da Operação Kreator, iniciada em novembro de 2022  com o intuito de desarticular o tráfico de drogas em diversas regiões de Vitória.

A prisão foi realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o suspeito responde por uma lista de crimes como tráfico de drogas, organização criminosa, falsificação de documentos públicos, adulteração de veículos automotores e lavagem de dinheiro.

Segundo um dos delegados responsáveis pelo caso, Júlio César Oliveira Silva, a prisão só foi possível por conta de uma informação recebida na última semana sobre o paradeiro do suspeito.

"Prisão foi fruto de uma informação que chegou muito rápido para nós, porque este indivíduo já estava foragido", afirmou.

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Já o superintendente de Polícia Especializada (SPE), delegado Romualdo Gianordoli Neto, afirmou que o suspeito era um experiente criminoso que atuava em diversas frentes. 

"O Daud tinha algumas ocupações ilícitas, não era uma só. Então ele fazia adulteração de veículos automotores, trazia veículos roubados, principalmente de Minas Gerais e aqui fazia clones. Fazia documentos quentes com estes veículos e colocava eles em circulação", disse Romualdo Gianordoli Neto. 

"Ele não ficava com estes veículos, fruto dessa atividade ilícita. Ele passava até para lavar dinheiro. A principal atividade dele era abrir contas bancárias com documentos falsos. É interessante porque ele nunca se expunha nessas atividades, porque ele contratava algum indivíduo, normalmente ligado ao crime. Pagava R$ 6 mil para ele e fazia um documento falso para ele, para que esse indivíduo fosse ao banco e abrisse uma conta", complementou. 

O superintendente contou ainda que o suspeito utilizava as contas falsas para pegar empréstimos e adquirir cartões de crédito que serviriam para aplicar golpes e suprir o tráfico local com dinheiro. 

"O indivíduo passava os dados bancários para o Daud, que assim efetuava empréstimos, pegava cartões de crédito, efetuava vários gastos e nisso ele movimentava dinheiro e podia emprestar para o tráfico de drogas, principalmente em Tabuazeiro, porque ele morava ali. Ele emprestava para traficantes locais, que são do Terceiro Comando Puro", disse. 

Foragido desde novembro

Em novembro do ano passado, ainda no início da Operação Kreator, o suspeito se escondeu em uma casa em região de mata e conseguiu fugir dos policiais pela própria área de vegetação.

Segundo o superintendente, durante este período, Daud foi embora do Estado para evitar a prisão e retornou há poucos dias para o Espírito Santo, para a residência onde foi preso. 

Financiamento do tráfico 

Segundo o superintendente, Daud financiava o tráfico de Tabuazeiro diretamente e recebia em juros o dinheiro investido nas atividades criminosas. Os traficantes entravam em contato com ele e o informavam sobre preços de drogas e onde consegui-las e pediam o dinheiro.

Isso garantia o bom relacionamento com os criminosos e também a certeza de que poderia realizar seus esquemas de falsificação e estelionato na área dominada pelo tráfico sem incômodos.

"Ele financiava e depois recebia com juros o dinheiro de drogas, há várias transações que acabavam fazendo para pagar. E ao mesmo tempo ele ficava bem no tráfico local, podia fazer os esquemas dele e ficar incólume", disse. 

Vida de ostentação

O suspeito era proprietário de uma empresa de carros de luxo, mas que servia como uma fachada para esconder os crimes. O estabelecimento não contava com nenhum funcionário e era utilizado para lavagem de dinheiro. 

Quando fugiu da polícia no ano passado, na residência em que estava, foram apreendidos dois carros: um veículo modelo BMW e um outro, um Ford Fusion. Além disso, ele também já foi proprietário de outros veículos de luxo, como Volvo e Range Rover. 

"Ele sempre ostentou, sempre teve carros de luxo", disse o superintendente.

Segundo ele, a prisão de Daud representa uma grande vitória na luta contra o tráfico de drogas no Espírito Santo. 

"Acho extremamente relevante, você tira uma espécie de conexão, tudo isso gera um prejuízo ao tráfico de drogas", disse.

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