Polícia

Dia dos Namorados: ao menos 10 mulheres foram agredidas na Grande Vitória no fim de semana

De acordo com a polícia, os registros de agressões contra as mulheres vêm crescendo no Espírito Santo. Resultado, também, da coragem das mulheres em denunciar companheiros e ex-companheiros

Foto: Reprodução

O fim de semana do Dia dos Namorados foi marcado pela violência contra mulheres na Grande Vitória. Pelo menos dez casos foram registrados pela polícia. Os agressores são companheiros ou ex-companheiros das vítimas.

Somente a equipe de jornalismo da Rede Vitória registrou quatro casos neste sábado (11) e domingo (12). Um deles aconteceu no bairro Barramares, em Vila Velha. Uma mulher, grávida de cinco meses, foi torturada pelo ex-companheiro com chutes, socos e mordidas. Ela teve ainda duas unhas arrancadas pelo agressor. 

Outro caso foi registrado no bairro Novo Horizonte, na Serra. Uma jovem de 26 anos foi agredida pelo companheiro após pedir para trocar as músicas que estavam tocando. A mulher ficou com o olho roxo. A filha mais velha da vítima chegou na hora e conseguiu pedir socorro.

Em Cariacica, uma jovem foi agredida duas vezes pelo ex-namorado. Ela procurou de delegacia após a primeira agressão e registrou o boletim de ocorrência, mas quando voltou para casa, o homem a estava esperando e a agrediu mais uma vez.

Também em Cariacica, uma mulher que resolveu abandonar o marido foi perseguida por ele de carro. O caso terminou em um acidente. O veículo onde ela e o filho de apenas 9 anos estavam tombou ao entrar na rua principal do bairro Rio Marinho. 

De acordo com a polícia, os registros de agressões contra as mulheres vêm crescendo no Espírito Santo. 

A gerente de proteção à mulher da Secretaria de Segurança Pública do Estado, delegada Michelle Meira, afirma que, apesar dos números serem altos, eles mostram que as vítimas vem entendendo que podem e devem denunciar as agressões para que os criminosos respondam na Justiça.

"Houve um aumento dos registros no fim de semana. A gente entende como um dado positivo porque as mulheres estão criando coragem, acreditando no nosso trabalho e denunciando mais", disse.

Segundo a delegada, nos últimos anos houve uma queda nos registros. Só que isso não significa que as agressões não estavam acontecendo. "A violência estava acontecendo na sociedade, mas não estava sendo denunciada", afirma. 

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Em 2022, mais de sete mil casos de violência doméstica já foram registrados. Para a delegada, em alguns períodos do ano o número de ocorrências é maior.

"Em períodos de tempos chuvosos e frio, o número de registros deste tipo de violência diminui. Já em dias de mais calor, com o uso de bebida alcoólica — ele não justifica, mas potencializa as agressões —, e dias de jogos, a gente percebe um aumento no número de casos", explica. 

A delegada reforça que as mulheres devem ficar atentas aos sinais que os agressores demonstram e sempre devem denunciar. 

"Existem condutas como, por exemplo, ciúmes excessivo, querer mexer no telefone celular da mulher, querer controlar as roupas que ela usa, controlar a vida dela, xingamento e falta de respeito. O ideal é que a mulher perceba que este tipo de relacionamento é abusivo", afirma a delegada.

Todas as mulheres agredidas mostradas na reportagem procuraram o Plantão Especializado da Mulher e solicitaram a medida protetiva de urgência. Os casos são investigados.

*Com informações da repórter Larissa Barcelos, da TV Vitória/Record TV.

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