OPERAÇÃO FRISSON

Justiça mantém prisão de empresários após audiência de custódia

Grupo é investigado no Espírito Santo por supostamente integrar um esquema de lavagem de dinheiro por meio de "jogo do bicho"

Tiago Alencar

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução TV Vitória

Os cinco empresários presos durante os desdobramentos da Operação Frisson, deflagrada na manhã desta terça-feira (13), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com o Ministério Público Estadual (MPES), vão permanecer presos preventivamente após terem passado por audiência de custódia.

As informações foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) na noite desta terça. 

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Acusados de integrar um esquema de lavagem de dinheiro por meio de "jogo do bicho", eles estão presos no Centro de Detenção Provisório de Viana 2.

A prisão dos acusados foi pedida pelo MPES, que também solicitou a restrição de diversos bens do grupo.

No total, foi solicitada e deferida judicialmente a restrição sobre 51 imóveis, três embarcações, um avião, um helicóptero, 28 veículos e uma motocicleta.

Veja a lista com o nome dos empresários presos nesta terça:

Sérgio Zanolli
Diego Meriguetti
Jeferson Santos Valadares
Marciano Cruz de Sá
Demer Freitas Ferreira

Investigação começou em 2021 e teve apoio da PF e da Receita Federal

A investigação começou em setembro de 2021 e teve apoio da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal. Em 2022, foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão em residências e empresas dos então investigados.

A partir da análise das provas, de acordo com o MPES, foi possível identificar com detalhes a organização criminosa constituída para a ocultação de bens, direitos e valores obtidos com a exploração do “jogo do bicho”.

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A investigação aponta que pessoas jurídicas foram constituídas pelos denunciados para garantir a ocultação dos bens, com reinserção financeira dos valores em nome próprio ou de terceiros laranjas.

As provas obtidas pelo órgão ao longo da investigação, segundo o MPES, confirmam que os denunciados misturam os valores de fontes diversas para confundir os órgãos de controle, utilizando o sistema financeiro oficial para circular parcela dos valores, geralmente por depósitos em dinheiro vivo.

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Após a denúncia, a Justiça deferiu também os pedidos de indisponibilidade e alienação antecipada de bens, como medidas preparatórias aos requerimentos dos confiscos ordinário, subsidiário e alargado do patrimônio indevido, buscando não apenas o ressarcimento do valor do dano calculado em R$ 60.491.735,89, mas também atingir o produto/proveito direto dos crimes, bem como aqueles bens que são incompatíveis com a renda lícita dos denunciados, calculados em R$ 64.679.731,06.

O outro lado

Confira o posicionamento das defesas dos envolvidos:

- Marciano e Demer

De acordo com o advogado criminal Anderson Burke, a decisão foi uma surpresa, tendo em vista que há mais de 1 (um) ano Marciano e Demer colaboraram integralmente com a investigação para a elucidação dos fatos, bem como demonstraram rigoroso respeito às ordens judicias de natureza cautelar que foram tomadas pelo juízo competente.

"Como ainda não nos foi concedido acesso à decisão que decretou a prisão em virtude do cumprimento de diligências, não temos condições de analisá-la de forma mais acurada, mas após a sua análise iremos tomar as medidas necessárias", pontuou.

- Diego Meriguetti

A advogada Manoeli Braun Viola, responsável pela defesa de Diego no processo afirmou que o empresário é, na verdade, funcionário do "espólio" herdado por Jeferson Santos Valadares, também preso durante a operação deflagrada nesta terça, e que ele não é proprietário de nenhum dos bens alvo de mandado da Justiça.

Por fim, a advogada disse que ainda não teve acesso à decisão e que aguarda mais detalhes os desdobramentos do processo.

A reportagem segue tentando contato com a defesa dos demais presos. A reportagem será atualizada quando houver retorno.

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