Polícia

Exclusivo: motoristas acusados de matar casal na 3ª Ponte já praticavam racha em Vila Velha, dizem testemunhas

Após a colisão, uma das testemunhas relatou que viu os corpos de Kelvin e Brunielly voando, até caírem no chão

Foto: Reprodução

O jornalismo da Rede Vitória teve acesso, com exclusividade, ao depoimento de duas testemunhas do acidente que provocou a morte do casal Brunielly da Silva, de 17 anos e Kelvin Gonçalves, de 23 anos, em 22 de maio.

A primeira testemunha relatou que foi surpreendida por um Audi preto e um Ethios, ainda na avenida Saturino Rangel Mauro, na Praia de Itaparica, em Vila Velha. Segundo o depoimento da testemunha, que disse seguir a 60 km/h, os carros passaram em velocidade altíssima e cada veículo ocupava uma pista, indicando que estariam em uma disputa de velocidade.

No depoimento, a testemunha afirma que seguiu para a Terceira Ponte, no sentido Vitória. Quando chegou ao vão central, a testemunha se deparou com o trânsito parado e percebeu que havia um acidente. Neste momento, segundo o depoimento, a testemunha percebeu que os veículos envolvidos no acidente eram os mesmos que passaram por ela, em alta velocidade. Além do veículo dos acusados, a testemunha também afirma que viu Kelvin e Brunielly já mortos.

Ao ver a situação, a testemunha foi até uma base da Polícia Militar, no pedágio da Terceira Ponte, onde relatou o que presenciou e foi para casa. A testemunha disse que só soube os detalhes do caso pela imprensa. 

Oswaldo e Ivomar ficaram parados na 3ª Ponte por 26 segundos

Um vídeo das câmeras de segurança da Terceira Ponte também chamou a atenção das autoridades. Nas imagens, os veículos conduzidos por Oswaldo e Ivomar ficam parados, lado a lado, por 26 segundos na ponte. Antes de, simultaneamente, começarem a se movimentar.

Para os investigadores, o movimento incomum pode ser mais um indício que os motoristas estivessem praticando racha.

Testemunha diz ter visto moto com lanterna apagada

Já a segunda testemunha disse, em depoimento, que passou pela moto em que estava o casal, Kelvin e Brunielly, no bairro Boa Vista, em Vila Velha. A testemunha disse que percebeu que a lanterna do veículo estava apagada e que seguiu o trajeto atrás da moto, até a Terceira Ponte. Já em cima da ponte, a testemunha disse que seguia pela pista da direita, quando se distanciou da moto em que estava as vítimas. Depois disso, a testemunha disse que viu apenas quando o Audi preto passou em alta velocidade, na faixa esquerda. 

A testemunha relatou que viu o Audi balançar na pista e teve a sensação de que o veículo estaria a cerca de 150 km/h. Em seguida, segundo o depoimento, o carro de Oswaldo veio logo atrás, também em alta velocidade. A testemunha conta que também teve a impressão de que os motoristas pareciam estar em disputa de velocidade. Por fim, a testemunha disse que viu quando o carro de Ivomar, o Audi preto, colidiu contra a moto.

Após a colisão, a testemunha relatou que viu os corpos de Kelvin e Brunielly voando, até caírem no chão. Segundo o relato, o Ethios, carro de Oswaldo, passou por cima de um dos corpos e atingiu a moto. A testemunha disse que ela e outras pessoas pararam para tentar ajudar, mas perceberam que as vítimas já estavam mortas. Em seguida, ela ligou para o Samu e a Polícia Militar. Segundo a testemunha, os primeiros a chegarem no local do acidente foram os funcionários da Rodosol. 

O advogado criminalista Alex Bello Lino analisou as imagens do acidente e disse que as investigações podem ter um novo rumo. "Até o final do processo, pode ficar comprovado que foi um homicídio culposo e não por dolo eventual, como se falou até agora. É importante dizer que, até o momento, a defesa não teve a oportunidade de produzir suas provas. O momento de instrução processual sequer começou ainda. As audiências sequer ocorreram e não houve nenhuma sentença condenatória até o momento".

Ivomar Rodrigues Gomes segue detido no Quartel do Comando Geral de Maruípe. Oswaldo Venturini está no Centro de Detenção Provisória de Viana. A defesa de Ivomar Rodrigues Gomes disse que não teve acesso às mídias do processo. O advogado de Oswaldo não nega que o acusado tenha ingerido bebida alcoólica antes do acidente. Ele disse ainda que Oswaldo não bateu na moto das vítimas, por isso não pode responder pelo homicídio do casal. 

Pontos moeda