Polícia

VÍDEO | "Eu trouxe minha filha no dia do aniversário dentro de um caixão", lamenta mãe de jovem assassinada em Vitória

O companheiro da vítima assumiu que atirou contra a jovem ao tentar 'dar um susto' nela; ele alegou que não sabia que a arma estava municiada

Foto: arquivo pessoal

O homem acusado de matar a esposa, a jovem Evellin Bernardo de Oliveira, de 20 anos, com um tiro na cabeça, há cerca de uma semana, em Vitória, se apresentou na delegacia e disse que foi o autor do disparo que vitimou a mulher no dia do aniversário dela. 

Segundo o rapaz, que não teve o nome divulgado, ele atirou para dar 'um susto' na companheira, após uma crise de ciúmes. 

Acompanhado do advogado, o homem foi até a delegacia nesta quinta-feira (05) e relatou seu lado da história para os policiais. De acordo com o rapaz, ele não sabia que a arma estava municiada.

O jovem, de 21 anos, tem ao menos cinco passagens pela polícia e estava sem a tornozeleira eletrônica, que era obrigado a usar. Por não haver flagrante do crime, ele foi liberado.

Ainda em luto pela triste perda, a família da vítima também está revoltada. Em entrevista a reportagem da TV Vitória / Record TV,  a mãe de Evellin contou que nunca imaginou ter de enterrar a filha, muito menos no dia do aniversário da moça.

"Eu trouxe minha filha pra casa no dia do aniversário dentro de um caixão. Foi muito triste, eu estar ali naquele túmulo enterrando minha menina. No outro dia era dia de Finados. Ela fazia aniversário no dia primeiro e sonhava com a festa com os amigos. E aí, a gente com os amigos dela, enterrando ela no dia do aniversário", lamentou Aline Ignácio, mãe da vítima.

De acordo com a mãe, o relacionamento da filha com o suspeito sempre foi conturbado e marcado por muitos ciúmes. 

"O relacionamento deles não era nada saudável. No começo ela escondeu muita coisa de mim, mas depois a própria mãe dele ligava no meio da noite desesperada, com eles de fundo brigando, gritando. E ela falava 'Aline, eu não sei o que fazer, eles vão acabar se matando aqui'", disse.

As brigas, eram constantes e a mãe afirma que a filha tentou sair da relação, mas sempre foi apaixonada e, por isso, perdoava tudo o que acontecia.

"Ela chegou a pegar ele com duas meninas na cama, umas gêmeas lá... ela chegou aqui chorando muito. E foi agredida grávida. Ela fez o boletim de ocorrência e depois que aconteceu isso, ela voltou pra lá, acreditando que ele ia mudar. Como eu conversei muito com ela, ela começou a esconder de mim. Quando ela tinha problema com ele, ela ia para casa de amigos", contou Aline.

A versão contada pelo companheiro de Evellin não convenceu a família da vítima.

"Ele é envolvido nesse mundo aí e não sabe que se colocar a arma na cabeça da outra, não sabia que poderia ter uma bala ali? Eu não sei, é muito estranho a pessoa dar um tiro na cabeça certeiro e falar que foi acidente", disse a mãe da moça.

Confira o vídeo do relato da mãe da jovem:

Em nota, o advogado do rapaz disse que o suspeito e a vítima estavam na festa de aniversário de Evellin, quando começaram a brigar. A discussão evoluiu e, segundo o advogado, de maneira imprudente, o rapaz atirou, mas sem a intenção de matar a companheira.

Segundo a polícia, a última passagem do suspeito aconteceu no final de Julho, em uma das fases da Operação Caim. Ele foi detido, no Morro da Garrafa, na capital. Na época, ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

O juiz que recebeu o suspeito na audiência de custódia entendeu que ele poderia cumprir pena fora da prisão, usando uma tornozeleira eletrônica. Porém, há cerca de um mês, o rapaz tirou o equipamento por conta própria.

Apesar de tudo, a mãe da vítima disse que acredita na resolução do caso. "Eu acho que a verdade aos poucos vai aparecer. Muita gente estava lá, foi no meio de uma festa, não estava num lugar afastado, muita gente viu", finalizou Aline.


* Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória / Record TV

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