Polícia

Corpo de quarta vítima de ataque em escola de Aracruz é velado em cemitério na Serra

Flávia Amboss Mercon Leonardo chegou a ser socorrida após ser baleada, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo será sepultado na tarde deste domingo (27)

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Montagem (Rodrigo Schereder/ Arquivo Pessoal)

O corpo da professora Flávia Amboss Mercon Leonardo, ´uma das vítimas dos ataques que ocorreram em escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, é velado na manhã deste domingo (27) em um cemitério da Serra.

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Os amigos contaram que Flávia tinha concluído o doutorado recentemente e estava feliz com a conquista. Ela era uma militante ativa nos movimentos sociais que lutavam pelos direitos das pessoas prejudicadas pelo rompimento das barragens de Marina. 

"Ela estava muito feliz. Defender o doutorado não é uma coisa pequena. É uma perda irreparável. A gente sente muito. Ele era uma militante muito comprometida, contribui na organização das pessoas atingidas no Estado", disse Marcus Tadeu, um dos membros do Movimento dos Atingidos pela Barragem.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, esteve no velório e lamentou mais uma morte após a tragédia. Renato Casagrande também enviou uma coroa de flores em homenagem à professora.

"É uma tragédia que a gente jamais imaginava que iria acontecer. Para nós é um momento de muita tristeza que nos leva a refletir sobre o ambiente punitivo que estávamos vivendo de violência, que exige que a gente possa trabalhar uma cultura de paz, que a gente consiga reverter essa facilidade de acesso as armas", disse.
Foto: Rodrigo Schereder / TV Vitória

Flávia lecionava na Escola Estadual Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz. Na última sexta-feira (25), um adolescente de 16 anos invadiu o local e efetuou diversos disparos.

As professoras Maria da Penha Pereira de Melo Banhos e Cybelle Passos Bezerra Lara morreram no local. Flávia e outros feridos foram socorridos. Flavinha, como era carinhosamente conhecida, não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado (27).

O atirador também invadiu o Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma escola particular da região. No local, ele matou a estudante Selena Sagrillo Zucoloto, de 12 anos. Outras 12 pessoas ficaram feridas após os ataques, sendo que sete já receberam alta.

Tragédia em escolas de Aracruz deixou quatro mortos

Duas escolas de Aracruz foram alvos de ataques na manhã da última sexta-feira (25). O atirador começou os ataques na Escola da Rede Estadual Primo Bitti e, em seguida, foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).

Os ataques foram realizados por um adolescente, de 16 anos, que foi apreendido na tarde de sexta-feira. Segundo a polícia, ele confessou o crime e disse que planejou os ataques por dois anos. O jovem é ex-aluno de uma das escolas. 

Para cometer o crime, o adolescente usou uma pistola .40, que pertence a um tenente da Polícia Militar, pai do jovem, e um revólver calibre 38, arma particular do policial.

O adolescente não terá o nome divulgado por ser menor de idade. No momento do ataque, ele usava roupa camuflada, uma máscara de caveira e um bracelete com o símbolo nazista.

O suspeito chegou ao local a bordo de carro no modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas. Ele entrou na escola estadual, onde atirou contra professoras. Duas delas morreram no local e uma terceira morreu no hospital.

Em seguida, ele entrou no carro e se dirigiu para a escola particular, onde entrou correndo e efetuou diversos disparos. Uma adolescente morreu.

Sete feridos foram liberados após atendimento, mas cinco pessoas ainda continuam internadas em hospitais de Vitória, entre elas um menino de 11 anos e um menino de 14 anos que estão em estado gravíssimo.

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Na manhã deste sábado (26), a Polícia Civil informou, por meio de nota, que o adolescente responderá por ato infracional análogo aos crimes de dez tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, três homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima.

Ao ser questionada sobre a autuação pela quarta morte, a Polícia Civil explicou que o indiciamento só poderá ser feito ao final das investigações, que ainda estão no início. A autuação em flagrante difere do indiciamento, tendo em vista que se trata do momento do fato.

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