Polícia

Dupla é presa suspeita de aplicar golpes em pelo menos 11 pessoas e dar prejuízo de R$ 500 mil

Segundo a polícia, Giselle Rembiski Gregório se apresentava como empresária e oferecia lucros rápidos às vítimas. Após receber o pagamento, ela fugia

Foto: Reprodução

Uma dupla foi presa nesta sexta-feira (06), na Grande Vitória, suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações da Polícia Civil, pelo menos 11 pessoas foram vítimas de Giselle Rembiski Gregório e Ricardo Félix Firmino. O prejuízo causado pelos golpes, segundo a polícia, foi de aproximadamente R$ 500 mil.

De acordo com a Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), responsável pela investigação do caso, Giselle se apresentava às vítimas como empresária e oferecia a elas sociedade, prometendo lucro rápido. As pessoas, que eram escolhidas aleatoriamente, realizavam a transação, mas depois Giselle fugia com o dinheiro.

"Giselle se passava por uma empresária de sucesso, atraindo as vítimas com um discurso de investimentos em seus negócios e lucro rápido e alto. Ela convidava para participar do negócio, captava o dinheiro e não repassava os lucros. E ficava enrolando, dando respostas vazias, parava de atender as vítimas. E aí as pessoas perceberam que tinham caído em um golpe de falso investimento", explicou a titular da Defa, delegada Nicolle de Castro Perusia.

Em um dos casos, segundo a polícia, Giselle ligou para um homem que estava vendendo um galpão. Ela ligou e se mostrou interessada em comprar o imóvel, mas acabou convencendo o homem a se associar a ela e depositar R$ 40 mil em sua conta.

De acordo com as investigações, a suspeita possui duas lojas de roupas, calçados e brinquedos, localizadas no bairro Itararé, em Vitória. "Ela tem uma loja de calçados e brinquedos, e usava essa loja como pano de fundo para dizer para as pessoas que, se investissem na loja dela, ela ia retornar duplicando o dinheiro. E aí as pessoas, encantadas com a história, com vontade de empreender, caíam na história, que era muito bem contada por ela", completou Perusia.

Já Ricardo, segundo as investigações, atuava como uma espécie de testa-de-ferro de Giselle. A polícia descobriu que seis carros da suspeita, além das lojas que ela administrava, estavam no nome de Ricardo.

"O Ricardo atua como testa de ferro, ocultando esse patrimônio ilícito e emprestando seu nome para esses negócios de Giselle. A Giselle, nos seus golpes, utiliza as contas em nome de Ricardo, os cheques sem fundos em nome de Ricardo, assinados por Ricardo. E aí ele atua dessa forma, emprestando seu nome e sua credibilidade para que Giselle pudesse realizar os negócios", ressaltou a delegada.

De acordo com a polícia, Giselle e as vítimas chegavam a assinar documentos, muitas vezes fraudados por ela. Quando as vítimas insistiam em procurá-la, ela mandava procurar a Justiça.

"Ela ainda, em alguns casos, se passou por advogada, usando documentos falsos. Com outras vítimas, ela também agiu prometendo levar para o exterior, mais precisamente para os Estados Unidos, usando documentos falsos. E com algumas vítimas ela realizava pagamentos de transação de negócios, com cheques sem fundos, e não restituía as vítimas. Quando era cobrada, falava 'resolve na justiça' e sumia. E aí essas pessoas foram procurando a polícia e chegou ao conhecimento da Delegacia de Defraudações", disse Perusia.

Prisões

Contra os dois suspeitos, havia mandados de prisão em aberto, que foram cumpridos pela Defa, durante uma operação batizada como "Engodo", que significa enganação. Também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e sequestros de veículos.

Giselle foi presa no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra. Segundo a polícia, ela inicialmente resistiu à prisão e se recusou a sair do carro. Alguns vizinhos foram chamados para testemunharem o ocorrido, e a suspeita teve de ser algemada no volante do carro.

Já Ricardo foi preso no bairro Santa Marta, em Vitória. Segundo a polícia, ele não reagiu à prisão e se manteve em silêncio durante o depoimento.

"Isso nós vamos ver durante o prosseguimento das investigações, qual era a participação dele nos lucros e por que tudo está no nome dele. Ele confirmou que tem carros em nome dele, que a empresa está em nome dele, mas ele disse que tudo é de Giselle, mas não explicou por que está em nome dele", frisou a titular da Defa.

Com os suspeitos foram apreendidos celulares, tablets, computador e até brinquedos falsificados, além de vários documentos falsificados ou em nome de outras pessoas. Segundo a polícia, esses documentos eram utilizados para realizar os financiamentos e para a prática dos golpes. Com a divulgação da imagem dos dois suspeitos, a polícia acredita que novas vítimas devem surgir e prestar queixa contra a dupla.

Com informações do repórter Arleson Schneider, da TV Vitória/Record TV

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