Polícia

Fernando Cabeção foi assassinado após conspiração de comparsas do tráfico

Polícia descartou relação do crime com o assassinato do Juiz Alexandre Martins de Castro Filho

Foto: Divulgação Polícia Civil / Sesp
Prisão de suspeito no envolvimento na morte do narcotraficante conhecido como Fernando Cabeção

Três narcotraficantes do bairro Guaranhuns, em Vila Velha, foram presos suspeitos de executarem a tiros, Fernandes de Oliveira Reis, conhecido como Fernando Cabeção, no bairro Divino Espírito Santo, em 28 de junho de 2020. 

A prisão aconteceu na última sexta-feira (17). De acordo com a Polícia Civil, a ligação da morte de Fernandes Oliveira com a morte do Juiz Alexandre Martins, em 2003, está descartada e que o assassinato do narcotraficante está relacionada com uma briga entre os criminosos.

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Entre os três homens presos pela polícia, dois são executores e um o mentor intelectual, responsável pela trama criminosa e a maior liderança do narcotráfico de Guaranhuns. 

A Polícia Civil informou que ao todo, cerca de nove pessoas estão envolvidas na morte de Fernandes Oliveira. Do total, cinco são executores, três agiram como vigias, sendo que desses, dois são os mentores intelectuais da trama criminosa, e um foi o responsável por conseguir os veículos para serem usados no crime.

A prisão foi realizada pela Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. De acordo com as investigações da Polícia Civil, Fernandes ficou detido por 18 anos, condenado por intermediar o assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em 24 de março de 2003. 

As investigações da PC apontam que, antes de ser preso, Fernando Cabeção já era líder do narcotráfico na região de Guaranhuns e Novo México. Mesmo depois de ser detido, ele continuou na liderança do tráfico. 

Segundo o titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Halabi Souki, informou que a motivação do assassinato estaria relacionada ao fato de Fernandes impor regras ao narcotráfico.

"Quando (Fernandes) saiu, ele voltou para a liderança e, mais de perto dos comparsas, quis impor algumas regras para o narcotráfico. Além disso, ele excluiu alguns narcotraficantes que eram comparsas dele. Houve um atrito, um racha no grupo dos traficantes que ele participava. Ali deu início ao complô para executá-lo", explicou.

Fernandes saiu da prisão em 2019. Segundo o delegado Douglas, em 28 de junho, ele foi até a casa do pai para fazer uma visita e participar de um churrasco e teria passado o dia. 

Nesse momento, ele foi seguido pelos comparsas que vigiaram durante todo o dia a movimentação. No fim da tarde, Fernandes teria ligado para um parente o buscar na casa do pai. 

O familiar chegou em uma BMW e a vítima entrou no veículo. A polícia contou que os comparsas perceberam que ele estava no banco do carona e começaram a perseguir o carro onde ele estava. Cinco homens, sendo três em um veículo Voyage e dois em uma motocicleta. 

"Na altura da terceira ponte, ele parou em um sinal. Os criminosos aproveitaram a oportunidade e cercaram o carro onde Fernandes estava. Os suspeitos desembarcaram do veículo e efetuaram, aproximadamente, 15 disparos de arma de fogo contra a vítima. Quase atingiram o motorista. Em seguida, fugiram", explicou o delegado. 

A polícia reforçou ainda que as prisões aconteceram em Vila Velha e Colatina, município onde foi presa a liderança do narcotráfico que assumiu a posição após a morte de Fernandes.

"Após a morte de Fernandes, essa liderança, presa em Colatina, assumiu o narcotráfico no bairro Guaranhuns e Novo México. Ele foi um dos mentores intelectuais e quem montou toda a trama criminosa para executar o Fernando Cabeção. E ainda, foi detido com ele uma certa quantidade de entorpecentes. A prisão foi feita pela DHPP de Colatina", pontuou o delegado. 

A Polícia Civil ainda está em busca dos seis indivíduos que estão soltos. As investigações vão continuar.

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