Polícia

Homem solto após agredir a ex volta e esfaqueia a vítima. Saiba porque ele ganhou a liberdade

Nesta segunda-feira (9), o ex-companheiro esfaqueou a vítima na frente dos filhos da ex-mulher. A mãe dela também foi atingida

Foto: Divulgação

O homem que agrediu com tesouradas a ex-companheira, há uma semana, e conseguiu a liberdade provisória após uma audiência de custódia voltou a cometer crimes, na manhã desta segunda-feira (6), em Vitória. 

A mulher de 29 anos foi esfaqueada pelo ex-companheiro na frente dos filhos, um menino de 8 anos e um bebê de 1 ano e 8 meses. A mãe dela também estava na residência, e ao tentar impedir as agressões, acabou atingida por uma facada na perna. 

O crime aconteceu no bairro São Cristóvão e a mulher, que trabalha como atendente, teve ferimentos de faca no pescoço, na cabeça e no rosto. O homem só parou de golpeá-la quando achou que a vítima já estava sem vida. Ela foi socorrida para um hospital de Vitória em estado grave.

A jovem esfaqueada na manhã desta segunda-feira já tinha procurado a polícia e registrado um boletim de ocorrência. Há uma semana, ele foi preso após cortar o cabelo da mulher e dar uma tesourada na cabeça dela. O homem foi autuado por lesão corporal e encaminhado para o Plantão da Delegacia da Mulher de Vitória. No entanto, pouco tempo depois foi liberado.

Na decisão, após a audiência de custódia, a magistrada considerou que a liberdade do agressor não oferece risco para a ordem pública ou para aplicação da lei penal, visto que o homem possui residência e ocupação lícita.

A juíza concedeu liberdade provisória sem fiança ao suspeito. Uma advogada e uma líder de um grupo de mulheres da Grande Vitória ouvidas pela TV Vitória/RecordTV criticaram a decisão.

A advogada Layla Freitas acredita que, na decisão judicial, faltou uma análise pela ótica da perspectiva de gênero.

"No caso relativo à mulher que teve os cabelos e até o couro cabeludo cortado, acredito que faltou uma compreensão de aprofundar a análise. Trazer a perspectiva de gênero e também de risco para a sociedade, afinal a vítima faz parte da sociedade", disse a advogada.

A presidente do Grupo Mulheres Poderosas na Grande Vitória, Joana Nogueira, teve a casa incendiada pelo ex-companheiro há cinco anos. Ela contou que ficou indignada com a decisão judicial, porque o agressor foi mantido em liberdade.

"A juíza entendeu que o homem não oferecia risco à sociedade, mas ele bateu e espancou uma mulher. Eu me pergunto o que a juíza pensou e penso a humilhação que a moça está passando", disse.

A equipe da TV Vitória/Record TV procurou a Polícia Civil. A delegada Claudia Dematte afirmou que a luta para acabar com a violência contra a mulher precisa ser abraçada pela sociedade.

"Esta luta não é apenas da mulher, é uma luta de toda a sociedade. Precisamos desconstruir esses valores machistas da sociedade, que levam homens a praticarem esses atos absurdos e inaceitáveis de violência contra a mulher", disse.

* Com informações de Daniele Cariello, repórter da TV Vitória/Record TV

Pontos moeda