Política

Máfia do Guincho: Comandante do Batalhão de Trânsito nega ligação com donos de pátios

CPI pretende apurar qual a relação entre a Assetran e as empresas de pátios de estacionamento. A Associação poderá deixar de ser informante e se transformar em depoente

Comandante do Batalhão de Trânsito nega ser associado à Assetran Foto: Divulgação/Assembleia

O comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo Bermudes Rangel, compareceu nesta segunda-feira (11) na CPI do Guincho, aberta para investigar a existência de um suposto esquema fraudulento que atua por trás das operações de fiscalização de trânsito que estaria atuando conjuntamente com os pátios de estacionamento e os serviços de guincho

A CPI pretende apurar qual a relação entre a Associação dos Servidores Policiais Militares do Batalhão de Trânsito da PMES (Assetran) e as empresas de pátios de estacionamento. Diante de algumas informações dadas pelo militar, a Associação poderá deixar de ser informante e se transformar em depoente.

O militar ficou uma hora e meia à disposição da CPI dos Guinchos. Durante esse tempo, ele destacou que, embora exista uma acusação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e que está em trâmite na Justiça de que a Assetran recebe doações não contabilizadas, ele não é sócio e nem membro da diretoria da entidade.

“Não temos nenhum tipo de relação entre os donos de guinchos e pátios no Espírito Santo”, afirmou.  Quanto aos locais de realização das blitzes, Rangel falou quais são os fatores que levam as escolhas das operações.

“Ao fazer uma operação de fiscalização são definidos vários fatores, como a questão da fluidez do trânsito, segurança, entre outros. Não podemos fazer esse tipo de operação de qualquer jeito, em qualquer lugar ou horário. Todos os trabalhos são previamente planejados e comandados sempre por um oficial ou suboficial da corporação no momento da operação”, acrescentou.

Relatora da CPI, a deputada Janete de Sá (PMN) quis saber sobre as anotações de quilometragem dos guinchos no momento em que levam os veículos para os pátios. O oficial do Trânsito disse que esse registro é feito pelos próprios funcionários das empresas e não pelos agentes de trânsito.

No entanto, o tenente-coronel Marcelo Rangel informou que tem se reunido com o Detran para que seja criado um mecanismo de controle, de forma que os agentes públicos tenham tais informações acerca dos guinchos, no momento da saída do local de apreensão e evite fraudes.

Os deputados procuraram esclarecer o favorecimento de algumas das empresas de guincho, com a realização de blitze em suas regiões para que possam receber os carros apreendidos, mas o comandante do Batalhão de Trânsito explicou que os locais das operações e o acionamento das empresas de guinchos são definidos pelo Ciodes e  não pelos agentes que estão na operação.

Os deputados pediram uma informações por escrito ao Batalhão de Trânsito, como as estatísticas das blitze realizadas na Grande Vitória (local, bairro e pátios para onde os carros foram levados); a relação de todos os servidores que estiveram lotados no Batalhão nos últimos 10 anos; e a relação das denúncias que o Batalhão recebeu referentes a abusos de autoridade e quais medidas foram tomadas, bem como o resultado efetivo dessas medidas.

A comissão decidiu convocar para depor, na próxima segunda-feira (18), o comandante do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes, tenente-coronel Reinaldo Brezinski, e o chefe do Setor de Concessão de Pátios, Jadir Tosta Júnior.

 

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