Em debate com candidatos do RJ, Paes defende Olimpíada e nega dívidas
No segundo debate entre candidatos ao governo do Estado do Rio, realizado nesta terça-feira, 28, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) foi questionado sobre problemas nas contas da Olimpíada de 2016, e negou que tenham sido deixadas dívidas. O oponente Tarcísio Motta (PSOL) disse que Paes é o "maior pai de elefantes brancos do Rio", referindo-se a equipamentos usados nos jogos e hoje sem utilização.
Dois anos após o evento esportivo, ocorrido na gestão Paes, ainda há fornecedores sem pagamento. O ex-prefeito defendeu o legado olímpico para a mobilidade do carioca, citando vias como a Transoeste e a Transolímpica. "A Olimpíada não deixou nenhuma dívida. Os estádios não foram feitos com recursos públicos, não contraímos nenhuma dúvida para fazer estádio."
Tarcísio lembrou o acidente na Ciclovia Tim Maia, na zona sul, que desabou, matando duas pessoas, pouco depois de ser inaugurada. O trecho ficava suspenso, sobre o mar. "Vamos perguntar o que acham os usuários da ciclovia Tim Maia. Morreu gente, e vocês botaram culpa na onda", continuou o candidato do PSOL.
Paes rebateu: "A última coisa que fiz foi colocar culpa em onda. Eu estava viajando por causa da Tocha Olímpica e voltei."
A Petrobras e o setor naval foram outro assunto do debate. "Tem que retomar investimentos no Comperj (Complexo Petroquímico do Estado, com obras sob investigação), a indústria naval já gerou muito emprego e hoje gera quase nenhum, e os municípios têm que voltar a receber royalties.
O governo do Estado vai ter que ter esse papel de pressionar a Petrobras nessa direção", disse Paes, respondendo a questionamento feito por Indio sobre o assunto.
"Já há sinalização dos chineses de investir R$ 4 bilhões no Comperj. Com dólar subindo e Lava Jato saindo da Petrobras, o Rio vai voltar a arrecadar bastante recurso por conta dos royalties, mas não pode se desperdiçar esse dinheiro, como no passado", pontuou Índio.
Também participam do debate o candidato Tarcísio Motta (PSOL) e Anthony Garotinho (PRP). Romário (Podemos), também convidado, não compareceu. A assessoria de imprensa da campanha informou estar em agenda por oito cidades do interior do Estado.
Segundo o "O Globo", o candidato "não aceitou o convite". Sua cadeira foi mantida vazia.
Divulgada no último dia 20, a primeira pesquisa do Ibope para o governo do Rio mostrou empate técnico entre Romário, que tem 14% das intenções de voto, Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito da capital, com 12%, e Anthony Garotinho (PRP), ex-governador do Rio, também com 12%. A margem de erro é de três pontos percentuais, e o levantamento tem 95% de nível de confiança.
Tarcísio tem 5% das intenções de voto, Indio, 3%, Marcia Tiburi (PT), 2%, e Pedro Fernandes (PDT), também 2%. Wilson Witzel (PSC), André Monteiro (PRTB), Marcelo Trindade (NOVO) e Daisy Oliveira (PSTU) estão todos com 1%. Luiz Eugênio (PCO) não foi citado pelos entrevistados. Brancos e nulos somam 35% e 11% dos entrevistados disseram não saber em quem vão votar.
Os índices de rejeição também foram divulgados. Garotinho lidera, com 55%, seguido de Paes (38%), Romário (23%), Indio (18%) e Tarcísio (12%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 20 deste mês - depois, portanto, do debate da TV Bandeirantes, o primeiro da campanha. Foram ouvidas 1.204 pessoas no levantamento. Sondagens anteriores colocavam Romário à frente, seguido de Paes e Garotinho, mas sem empate triplo. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), sob os números BR-00596/2018 e RJ-03249/2018.