Política

Marun recomenda voto em Bolsonaro: meu pensamento tem mais afinidade com ele

"Não pleiteio nenhum espaço, mas recomendo aos amigos que me perguntam o voto no 17", apontou ele, negando que esse "apoio" possa atrapalhar do líder das pesquisas, já que integra o impopular governo Temer

Redação Folha Vitória

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta segunda-feira, 15, em entrevista no Palácio do Planalto, que tem "recomendado aos seus amigos" o voto no segundo turno no candidato do PSL, Jair Bolsonaro. "Mesmo discordando de algumas situações em relação às palavras do candidato Bolsonaro, eu entendo que o meu pensamento encontra mais sinergia com as suas colocações", declarou ele, listando a pauta em comum.

"Ele defende valorização da família, o combate duro à violência, votou pelo impeachment como eu, pela redução da maioridade penal. Ou seja, existe uma maior proximidade ou uma menor distância entre nossos pensamentos e com a pauta do nosso governo", comentou ele, ressalvando que não vai fazer campanha para o deputado. "Não pleiteio nenhum espaço, mas recomendo aos amigos que me perguntam o voto no 17", apontou ele, negando que esse "apoio" possa atrapalhar do líder das pesquisas, já que integra o impopular governo Temer. "Só recomendo aos amigos", reiterou, após confessar ainda que nunca votou em Michel Temer, vice da petista Dilma Rousseff.

No primeiro turno em 2018, o ministro informou que apoiou a candidatura de Henrique Meirelles, o candidato do MDB, seu partido. Mas não deixou de criticar o ex-ministro da Fazenda por não ter defendido o governo Michel Temer durante a sua campanha. Segundo Marun, que na verdade não votou no primeiro turno, porque estava em Brasília e seu título é de Mato Grosso do Sul, "Meirelles foi pouco combativo, pouco governo". E ironizou: "poderia ter sido um pouco mais (governo). Talvez tivesse recebido mais votos". Meirelles terminou em sétimo lugar na corrida eleitoral, com 1,2% dos votos, ficando atrás até mesmo do Cabo Daciolo, do Patriota, que obteve 1,26% dos votos.

O ministro Marun falou que "seu voto sempre foi aberto" e que não tinha "o menor problema" em dizer quem apoiou nas últimas eleições. Ao listar os seus candidatos, acabou "confessando" que nunca votou na candidata do PT, Dilma Rousseff, nem em 2010 e nem em 2014, o que significava que nunca votou no vice Michel Temer, que era do então PMDB, o seu partido. Justificou que votou nos tucanos José Serra e Aécio Neves, nestas duas eleições, por questões regionais. Marun chegou a confidenciar que, no primeiro turno de 2014, por orientação partidária, votou até em Marina Silva, já que, no seu Estado, o MDB apoiava Eduardo Campos, do PSB, que morreu em um acidente aéreo, abrindo a vaga para Marina Silva. Marun contou ainda que nunca votou em Fernando Collor de Mello ou em Fernando Henrique Cardoso. Mas que, em 1994, votou a favor do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao comentar que nunca votou em Temer, por conta de questões regionais, onde o MDB era contra o PT, Marun disse que, depois de um tempo, acabou em algumas ocasiões, votando com o governo. Segundo ele, a certa altura, o então vice-presidente o chamou para conversar para convencê-lo a votar com o governo, justificando que o seu partido estava no governo. Mas Marun ressaltou que depois apoiou a CPI da Petrobras e o impeachment de Dilma.

Marun, no governo Temer, no entanto, tornou-se um dos seus mais fiéis escudeiros, quando estava no Congresso e, depois, no Planalto, como ministro-chefe da Secretaria de Governo.