RISCO DE TRANSMISSÃO

Doação de sangue: entenda novas regras em meio ao cenário da dengue no ES

Evidências científicas mostram que existe risco de transmissão do vírus da dengue por transfusão sanguínea, segundo o Ministério da Saúde. Saiba mais

Ana Carolina Monteiro

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Se você é doador de sangue ou pretende se candidatar à doação, é preciso ficar atento às novas regras. De acordo com uma publicação do Ministério da Saúde, diante da epidemia de dengue vivida por vários estados e com a chegada da vacinação, alguns cuidados importantes passaram a ser adotados.

Isso por que evidências científicas mostram que existe risco de transmissão do vírus da dengue por transfusão sanguínea. A probabilidade de infecção e de desenvolver a doença é de 38% caso uma pessoa receba sangue contaminado com vírus.

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Segundo informações da secretaria de estado da Saúde, no Espírito Santo, as medidas já estão em funcionamento no Hemoes e nos Hemocentros Regionais de Colatina, Linhares, São Mateus e Serra.

“É importante ressaltar que essas novas determinações foram estabelecidas pelo Governo Federal, com o intuito de prevenir a transmissão do vírus da dengue por meio da transfusão sanguínea e garantir a segurança dos pacientes, e uma vez que fazemos parte da Hemorrede Pública do Brasil. Estamos obedecendo ao que normatiza a Anvisa e Ministério da Saúde, cumprindo a legislação no que tange a todas as orientações pertinentes a este momento”, ressaltou Marcela Murad, diretora-geral do Hemoes.

Quem teve dengue ou tomou a vacina não pode doar sangue por um tempo

Alguns critérios devem ser adotados por pessoas que tenham tido dengue ou que receberam a vacina contra a doença. Veja quais:

* Pessoas que tiveram dengue comum: esperar 30 dias após a recuperação completa;

* Pessoas que tiveram dengue hemorrágica (dengue grave): esperar 180 dias após a recuperação completa;

* Pessoas que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias: esperar 30 dias após o último contato sexual;

* Pessoas que tomaram a vacina contra a dengue: esperar 30 dias após a vacinação. 

Demanda por sangue nos hospitais continua

É importante destacar que as doações de sangue seguem sendo fundamentais para atender a demanda dos pacientes em internação nos hospitais do estado. Por esse motivo, as pessoas devem seguir comparecendo aos hemocentros para checar se estão aptas a doar sangue com segurança.

Marcela Murad reforça, então, que a população não deixe de ir aos hemocentros regularmente. 

“Mesmo com as novas regras, a demanda por sangue nos hospitais continua constante e a contribuição de cada doador é fundamental para garantir o abastecimento dos bancos de sangue. Portanto, é imprescindível que todos que atendam aos critérios estabelecidos para doação de sangue compareçam ao Hemoes e contribuam com essa nobre causa”, pontua.

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Vacinas e pacientes em tratamento com imunoglobulinas

As orientações sobre a triagem de candidatos à doação de sangue e seus componentes foram divulgadas pela Anvisa e o Ministério da Saúde. As informações completas estão na Nota Técnica 5/2024/SEI/GSTCO/GGBIO/DIRE2/Anvisa

Ainda de acordo com o MS, a nota destaca que, segundo instruções dos fabricantes das vacinas que estão disponíveis no Brasil, pacientes em tratamento com imunoglobulinas ou hemocomponentes contendo imunoglobulinas, como sangue ou plasma, devem esperar pelo menos seis semanas e, de preferência, três meses após o término do tratamento para receberam a vacina contra a doença.

Vale ressaltar que o objetivo desta recomendação é não comprometer a eficácia das vacinas nesses pacientes.

Doador deve informar caso tenha a doença logo após a doação

Outro ponto importante é relacionado a pós-doação. Doadores devem informar ao local onde doaram sangue caso confirmem resultado de dengue ou até mesmo apresente sintomas como febre ou diarreia até 14 dias após a doação. 

Isso se faz necessário já que possibilita resgatar eventuais hemocomponentes em estoque e/ou acompanhar os pacientes, receptores do material.

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