Saúde

Cerca de 48% dos brasileiros já tiveram incontinência urinária

Entenda as causas dessa condição e saiba mais sobre prevenção e tratamento

Foto: Divulgação

A incontinência urinária está presente na vida de pelo menos 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma disfunção que pode acontecer em qualquer fase da vida. Quando aparece vem acompanhada de desconhecimento. Segundo pesquisa recente conduzida pelo IBOPE Inteligência via internet (encomendada exclusivamente pela Bigfral) o problema acomete 48% dos internautas brasileiros.

Ao contrário do que muitos imaginam, a incontinência urinária não é um efeito natural da idade, é a perda involuntária de urina, que pode acontecer por várias causas. A bexiga é um órgão que em seu mecanismo de controle conta com a ajuda de uma rede muscular chamada assoalho pélvico, que sustenta os órgãos e permite o funcionamento da uretra. Quando esses músculos ficam frouxos ou enfraquecidos, pode haver o escape de urina. Alguns fatores podem favorecer essa situação, como genética, alterações hormonais e ganho de peso durante a gestação, exercícios físicos de alto impacto e cirurgias na próstata.

Segundo a pesquisa, 90% dos internautas não sabem que existem diferentes tipos de incontinência urinária, mas quase metade já sofreu com alguma. Uma delas é a de esforço, que é perda de urina ao tossir, rir, fazer exercícios e movimentar-se. Outra é a de urgência, quando tem vontade súbita de urinar durante atividades rotineiras, com perda de urina antes que a pessoa possa chegar ao banheiro. Já a mista, associa os dois tipos de incontinência, gerando a impossibilidade de controlar a perda de urina.

A condição afeta ambos os gêneros, mas as mulheres correm duas vezes mais risco de desenvolver incontinência. 64% das mulheres entrevistadas já tiveram algum tipo de incontinência urinária. Algumas passam anos das suas vidas sem saber que sofrem com o problema - 58% já sofreram gotejamento em situações de esforço e 29% afirmam que vão ao banheiro muitas vezes ao dia e às vezes não dá tempo de chegar. As principais razões são a anatomia, a influência das gestações e os efeitos da menopausa - 27% afirmam que sua incontinência iniciou ou agravou após a gravidez.

A pesquisa do IBOPE mostra que 71% dos entrevistados evitariam sair em locais abertos e com poucos acessos aos banheiros e que 40% se privariam de uma festa com os amigos e a família. Isso porque a perda de urina, quando não tratada, pode causar restrições sociais, sexuais e profissionais. 59% dizem que se sentiriam envergonhados ao ter incontinência urinária.

Seja qual for a causa, é importante deixar o constrangimento de lado e procurar o médico. 45% dos brasileiros não sabem qual médico buscar, mas 83% dos entrevistados recorreriam a um urologista e 30% a um ginecologista - e 47% não sabem que há vários tratamentos e caminhos para recuperar a qualidade de vida e até alcançar a cura. Adiar a visita a um especialista pode reduzir as chances de melhora e até dificultar o diagnóstico de alguma outra condição de saúde que possa estar “mascarada” e provocando a incontinência.

A principal forma de prevenção são os hábitos saudáveis e os exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, que podem ser feitos em casa, de forma simples e rápida. Para muitas pessoas, só essa medida já é suficiente para cessar a perda da urina. Antes, durante e depois do tratamento, é possível escolher o modelo mais adequado às necessidades de cada um, com discrição, conforto e tecnologia.

A disfunção pode ser tratada ainda com procedimentos pouco invasivos e cirurgias. Especialmente quando a incontinência é causada pela bexiga hiperativa, pode ser indicada a aplicação de toxina botulínica. A injeção localizada ajuda a impedir a contração involuntária da bexiga e os efeitos duram, em média, de três a nove meses. Outras possibilidades são a cirurgia para implante do neuromodulador, que funciona como um marca-passo da bexiga, e os slings, fitas sintéticas implantadas que proporcionam a fixação precisa e a sustentação adequada da uretra.

Principais achados da pesquisa entre os internautas

● 89% já ouviram falar sobre incontinência urinária, mas 21% entre 18 e 24 anos nunca ouviram falar.

● 63% afirmam desconhecer pessoas que possuem incontinência urinária. Sendo que 74% dos homens e 65% dos jovens entre 18 e 24 anos desconhecem, porém 48% das mulheres afirmam ter alguém próximo do seu convívio que possuí.

● 12% não falariam e/ou falam sobre o assunto com pessoas que convivem.

● 93% das pessoas sabem que não é algo que acomete apenas mulheres, 92% sabem que não é algo que acomete apenas idosos e 83% sabem que pode afetar homens que tiveram problemas na próstata.

● 21% acreditam que não afeta a sociabilidade.

● 53% das mulheres dizem que o problema afeta a feminilidade.

● 78% não sabem que qualquer perda de líquido pode ser considerada incontinência urinária, mas 94% sabem que qualquer pessoa pode apresentar o problema em algum momento da vida.

● 80% dizem que ter incontinência impactaria no dia a dia, mas 24% das pessoas entre 18 e 24 anos não acreditam que impactaria o cotidiano.

● 39% dizem que se tivessem incontinência urinária se sentiriam incapazes de controlar o próprio corpo.

● 19% dos homens já sofreram gotejamento em situações de esforço.

● 50% dos internautas brasileiros entre 18 e 24 anos já sofreram algum tipo de incontinência urinária.

● 59% que tiveram incontinência, dizem que não foi em algum momento específico de suas vidas.

● 60% entre 30 e 54 anos e 67% das pessoas com mais de 55 anos afirmam saber qual médico procurar caso tenham algum caso de incontinência urinária.

Sobre a pesquisa

A pesquisa “Incontinência Urinária no Brasil” é uma realização do IBOPE Inteligência, encomendada pela marca Bigfral, da Ontex, para conhecer os hábitos dos internautas brasileiros em relação à incontinência urinária. O estudo foi realizado em fevereiro em 2020 e foi utilizada a metodologia quantitativa, com coleta por meio de painel online. A amostra foi selecionada com cotas por sexo, idade, classe e região de 2.000 entrevistados. Margem de erro de 2 p.p a 95% de confiança.


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