Saúde

Campanhas de conscientização reforçam importância de cuidados com a saúde mental

Ame a sua mente: clínica capixaba lança campanha de cuidados com a saúde mental no Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira, dia 12, comemora-se o Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia. O objetivo da data é reforçar a importância do acolhimento, do tratamento precoce e de vencer as barreiras do preconceito relacionado aos cuidados da mente

Os dados são impressionantes. Um estudo norte-americano, da Universidade Estadual de Ohio, aponta que, comparado a dez outras nações, o Brasil lidera em índices de ansiedade e depressão. Na pesquisa, que levou em consideração a região Sudeste do país, 63% dos entrevistados relataram ansiedade. Além disso, 59% relataram sintomas de depressão. 

Outros n´úmeros, dessa vez fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que 90% das pessoas no mundo sofrem de estresse.

Uma pesquisa da Associação Internacional do Controle de Estresse (ISMA) apontou que o Brasil está em segundo lugar como a população mais estressada no mundo. 

Fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, distúrbios no sono e na alimentação, angústia, desânimo, desesperança, agitação - esses são alguns sintomas de transtornos como ansiedade, depressão, Síndrome de Burnout e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Entender melhor sobre os sintomas de cada transtorno, que podem aparecer em qualquer pessoa, de qualquer idade, torna possível ajudar a si mesmo ou a alguém próximo que se encontra em sofrimento.

Pandemia como agravante

Há mais de um ano vivemos mergulhados em uma pandemia. Com isso, alguns fatores que causam esses sintomas não podem ser evitados. A lista de situações que têm tirado o sono de muitas pessoas é extensa: uso de máscaras, isolamento social, medo, preocupação com a família, escassez de materiais em hospitais e falta de leitos, atualização constante sobre novos protocolos e restrições, perda de familiares, amigos e colegas de trabalho. 

Entretanto, o psiquiatra e diretor da clínica Aube, Fabio Olmo,  ressalta que os sintomas podem e devem ser tratados. “Queremos ajudar a minimizar os impactos causados pela pandemia. É uma situação traumática. As pessoas precisam ser ouvidas, acolhidas e tratadas adequadamente para que consigam continuar suas atividades diárias”, enfatiza Olmo.

Combate à psicofobia

Para combater o problema, nesta segunda-feira, Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia, a clínica vai lançar uma campanha para tratar de preconceitos e discriminações contra pessoas com transtornos (ou deficiências) mentais. 

A intenção, segundo o diretor, é quebrar as barreiras do preconceito e da vergonha. “Precisamos falar sobre saúde mental. Ainda existem muitos estigmas na sociedade. As pessoas não compreendem e não aceitam os sintomas físicos e psíquicos dos transtornos”, diz Olmo.

O psiquiatra lembra que muitos pacientes sofrem calados, pois não conseguem conversar sobre isso em seus círculos de convivência. “Eles se sentem julgados, não falam sobre o que estão passando e não procuram ajuda. Isso é triste e perigoso. Sem diagnóstico e tratamento adequados, os transtornos se intensificam, alguns casos podem se tornar crônicos". 

A Campanha

A campanha contará com três etapas: informar, avaliar e tratar. Primeiro será feita uma ampla divulgação sobre os diversos sintomas físicos e psíquicos dos transtornos mentais, por meio das redes sociais e página no site da clínica, outdoors, busdoors e outros canais midiáticos. 

“Todos podem adoecer, até mesmo aqueles cujo trabalho é cuidar das pessoas. As pessoas não estão tendo tempo para processar tudo. O objetivo dessa primeira fase é fazer com que as pessoas consigam enxergar em si próprias sintomas indicando que algo não vai bem, para que possam procurar ajuda especializada”, explica o psiquiatra.


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