Saúde

Crianças obesas têm 4 vezes mais chances de ter problemas de aprendizado, revela estudo

Obesidade infantil é uma das condições mais estigmatizante e menos socialmente aceita ​​da infância

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A nutricionista Adriana Stavro destaca que estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas, tem quatro vezes mais probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação as crianças com peso normal. Elas também são mais propensas a faltar na escola, especialmente aqueles com condições crônicas de saúde, como diabetes e asma. 

"A obesidade infantil é um dos mais sérios desafios da saúde pública. Tem sido descrita como sendo uma das condições mais estigmatizante e menos socialmente aceita ​​da infância", alertou a nutricionista.

De acordo com a especialista, crianças com sobrepeso e obesas são frequentemente provocadas, intimidadas, estereotipadas, marginalizadas e discriminadas por seu estado. As discriminações foram relatadas em crianças a partir dos 2 anos de idade.

No âmbito escolar elas são excluídas de atividades competitivas. "Muitas vezes é difícil para elas participarem de atividades físicas, pois tendem a ser mais lentas, além disso enfrentam falta de ar", disse Stavro. Estas consequências sociais negativas contribuem para dificuldades permanentes no controle do peso, baixa autoestima, baixa autoconfiança e imagem corporal negativa de muitas crianças.

Outras doenças 

O crescente número de obesidade infantil está associado ao surgimento de comorbidades, anteriormente consideradas doenças "adultas". Estas condições incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática (doença hepática gordurosa), doença cardiovascular, colesterol alto, colelitíase (cálculos biliares), intolerância à glicose, resistência à insulina, problemas de pele, anormalidades menstruais, equilíbrio prejudicado e problemas ortopédicos.

A nutricionista alerta que é importante saber que a obesidade infantil pode afetar profundamente a saúde física, o bem estar social, emocional e a autoestima das crianças.

Prevenção

A maioria das crianças obesas acabarão se tornando adultos obesos. Por isso, a nutricionista Adriana Stavro dá dicas para prevenir a doença. 

Perinatal: inclui nutrição pré-natal adequada com ótimo ganho de peso materno, bom controle de açúcar no sangue, perda de peso pós-parto com exercícios e aconselhamento nutricional. (Prevenção da obesidade infantil da gestação aos 2 anos)

Amamentar bebês: desde o nascimento até os 6 meses de idade, exclusivamente com leite materno, ou seja, não lhes dê mais comida ou bebida, e os alimente "sob livre demanda," ou seja, quantas vezes quiserem, dia e noite.

O leite materno fornece todos os nutrientes e líquidos que os bebês precisam para seus primeiros 6 meses de crescimento e desenvolvimento saudáveis. Os bebês amamentados exclusivamente têm melhor resistência contra doenças comuns da infância, como diarreia, infecções respiratórias e infecções do ouvido. Mais tarde, no decorrer da vida, aqueles que foram amamentados quando criança são menos propensos a ficar acima do peso ou obesos, ou a sofrer de doenças não transmissíveis, como diabetes, doenças cardíacas e derrames.

Aos 6 meses de idade: introduza uma variedade de alimentos seguros e nutritivos para complementar a amamentação e continue a amamentar até que os bebês tenham 2 anos de idade ou mais.

- Não adicione sal ou açúcar aos alimentos para bebês e crianças até 2 anos

Ofereça alimentos variados: ingerir diferentes nutrientes, incluindo cereais, trigo, cevada, centeio, milho, arroz, batata, inhame, mandioca. lentilhas, feijões, verduras, legumes, frutas, frango, peixe e ovos entre outros.

Por quê? "Comer alimentos variados e frescos todos os dias ajudam as crianças a obter a quantidade adequada de vitaminas e minerais necessários para o crescimento e desenvolvimento. Também evita o excesso de açúcares, gorduras e sal, que pode levar a um ganho de peso", disse. 

- Nenhuma visualização de televisão ou mídia para crianças menores de 2 anos

- Prevenção da obesidade dos 2 anos à adolescência;

- Seguir fornecendo uma dieta balanceada;

- Forneça vegetais, legumes e frutas;

- Ofereça grãos como lentilhas e feijões regularmente;

- Incentive a beber água;

- Não ofereça bebidas açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites aromatizados);

- Use óleos vegetais insaturados (por exemplo, óleo de oliva, soja, girassol ou milho) em vez de gorduras animais ou óleos; ricos em gorduras saturadas (por exemplo, manteiga, ghee, banha, coco e óleo de palma);

- Escolha carne branca como frango (sem pele) e peixe, que geralmente têm menos gordura, em vez da carne vermelha;

- Evite carnes processadas, pois são ricas em gordura e sal;

- Evite alimentos processados, assados ​​e fritos que contenham gordura trans produzida industrialmente;

- Ao cozinhar, limite a quantidade de sal e condimentos com alto teor de sódio (por exemplo, molho de soja e molho de peixe), e use ervas frescas;

- Evite alimentos com alto teor de sal e açúcar;

- Escolha frutas frescas em vez de lanches doces, como biscoitos, bolos e chocolate. 

Mais dicas 

Criança: fornecer aos pais e filhos educação nutricional, a fim de desenvolver práticas alimentares saudáveis, experiências alimentares com diferentes sabores, e acompanhamento de ganho de peso para evitar adiposidade precoce. Tempo máximo de visualização de televisão e mídias de 2 horas ou alguma estratégia que se aproxime desse limite ao dia.

Infância: monitoramento do peso e da altura, prevenindo a adiposidade pré puberal excessiva, fornecendo aconselhamento nutricional estimulando atividade física diária.

Adolescência: evitar o aumento de peso após o estirão de crescimento, mantendo um comportamento alimentar saudável e reforçando a necessidade de exercícios físicos diários.


Pontos moeda