Saúde

Tomografias e inteligência artificial são instrumentos de pesquisas para estudar covid-19

Nesta pesquisa multicêntrica a meta é conjugar as imagens com os exames clínicos e laboratoriais.

Foto: Pixabay

Duas pesquisas que usam exames de imagem do tórax de pacientes do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes) têm objetivo de aprimorar o diagnóstico da covid-19 e entender gravidade da doença nos pulmões.

Uma delas, feita com o Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD), do Departamento de Informática da Ufes, usa técnicas de inteligência artificial. A meta é fazer o programa de computador entender, depois de analisar o maior número possível de tomografias de tórax, quais são os pontos em comum aos pacientes com covid-19. Assim, será possível encontrar uma espécie de imagem ‘padrão covid’ para os pulmões e fazer o computador marcar, em termos de probabilidade, a chance de o paciente estar com o novo coronavírus.

Neste momento, a pesquisa está na fase de coleta dos dados clínicos e de imagem dos pacientes. A previsão de início da inserção dos dados de imagem é para as próximas semanas.

“Nem sempre o teste laboratorial, o RT-PCR, está disponível com a rapidez necessária, mas uma tomografia de tórax leva poucos minutos, o que em um cenário de urgência é importante. A inteligência artificial poderá apontar quantos por cento de chance aquele indivíduo tem de estar infectado com o vírus”, explica o chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica, o professor e médico radiologista Marcos Rosa Junior.

Enquanto os computadores do LCAD estão à espera dos exames de imagem para ‘aprenderem’ a reconhecer o ‘padrão covid’, tomografias e, agora, exames de raios-X de casos confirmados no Hucam-Ufes são usados para outro estudo, envolvendo outros hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e coordenado pelo hospital da Universidade de Brasília (UnB).

Nesta pesquisa multicêntrica a meta é conjugar as imagens com os exames clínicos e laboratoriais. Não é mais o diagnóstico simplesmente que está em questão, mas o prognóstico, ou seja, usar as informações visuais para descobrir padrões - ou marcadores, no jargão científico - da gravidade da doença.

Não há diferença na aquisição dos exames de imagem (tanto nas aquisições das radiografias quanto as tomografias). A diferença está no pós-processamento e interpretação dos achados, explica o professor.

Atuação da Rede Ebserh

Além do apoio ao ensino, formação e capacitação das equipes assistenciais, a Rede Ebserh implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento da pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a covid-19, a Rede Ebserh tem trabalhado em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.

Tem atuado na realização de treinamento de funcionários da Rede, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas. Promoveu processos seletivos emergenciais com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia.

Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.

Em algumas regiões, as unidades da Rede Ebserh têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento da covid-19, enquanto que em outras, atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde.

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