Saúde

Combate ao fumo: tabagismo é a principal causa de doenças crônicas não transmissíveis

Para as mulheres o cigarro se mostra ainda mais prejudicial se combinado ao uso da pílula anticoncepcional, pois aumenta o risco de trombose

Foto: Divulgação / Pexel

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) só no Brasil mais de 500 pessoas morrem todos os dias devido às doenças ligadas ao fumo. O tabagismo é agente causador de vários cânceres, como: o de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, rim, bexiga e pâncreas e piorar o quadro clínico de pacientes com doenças respiratórias obstrutivas como enfisema pulmonar e bronquite crônica.

O cardiologista José Vitelio alerta que o tabaco é responsável por mais de 50 doenças, entre elas, as cardiovasculares ganham destaque. "A ação da nicotina favorece a formação das placas que causam o entupimento das artérias. Desta forma, o tabagismo faz aumentar o risco de doenças como infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais, os chamados derrames”, explica o especialista.

Para as mulheres o tabagismo se mostra ainda mais prejudicial se combinado ao uso da pílula anticoncepcional, pois aumenta o risco de trombose (formação de coágulo na artéria ou veia). Isso faz com que as mulheres sejam um grupo de risco importante. Mulheres em idade fértil que usam anticoncepcionais orais e são fumantes devem rever seus hábitos.

Apesar de reconhecer que não é fácil parar de fumar, José Vitelio reforça que é importante abandonar o hábito. “Hoje temos disponíveis no Brasil tratamentos medicamentosos, adesivos e chicletes de nicotina, além de fórmulas voltadas para aliviar o desejo de fumar e controlar a abstinência. Além disso, existem também programas antitabagismo aplicados por grupos de apoio terapêutico, que reúne equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e psicólogos”, incentiva.

Entre os benefícios de parar de fumar estão: a diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, melhora da circulação sanguínea e função pulmonar, além da diminuição da tosse e falta de ar. A longo prazo pode-se reduzir as chances de acidente vascular cerebral, diminuir a probabilidade de câncer e o risco de doença cardíaca coronária.

Campanha 

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, a ACT Promoção da Saúde lança a segunda fase da campanha #CONTADOCIGARRO, que tem como objetivo questionar a indústria do cigarro, que deveria reembolsar aos cofres públicos os gastos com o tratamento das doenças relacionadas à dependência do fumo.

Segundo pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), de 2015, R$ 39,4 bilhões são custos diretos, por gastos com despesas médicas, e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos, pela perda de produtividade, como incapacidade ou morte prematura. Este valor é bem acima do que foi pago pelo setor de tabaco, em tributos, no mesmo ano: R$ 13 bilhões.

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