Saúde

Nutricionista responde às cinco dúvidas mais comuns sobre adoçantes

É essencial seguir o limite de consumo aceitável determinado por estudos

Não há evidências científicas que comprovem que os adoçantes não calóricos são prejudiciais à saúde.

Consumido por aqueles que estão procurando reduzir seu consumo de açúcar, adoçantes de baixa caloria ou não calóricos estão presentes em nossas vidas diárias. Entre os tipos mais conhecidos estão aspartame, sacarina, ciclamato de sódio, sucralose e estévia. Mas apesar do uso e variedade cada vez mais comuns de tipos, muitas são as dúvidas que surgem: todos podem consumi-los? Eles podem causar câncer? Qual o melhor tipo para mim?

A nutricionista, Iara Pasqua respondeu as principais dúvidas a respeito dos adoçantes. 

1. Os adoçantes não calóricos são ruins para sua saúde?

Não há evidências científicas que comprovem que os adoçantes não calóricos são prejudiciais à saúde, inclusive no Brasil, para que um adoçante seja liberado para venda e consumo, deve passar por testes que confirmem a segurança de seu uso pelo ser humano e sejam aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

2. Todos podem consumir adoçantes não calóricos?

Em geral, qualquer um pode fazer uso de adoçantes. É importante que, com a ajuda de um profissional, a pessoa siga um plano estruturado que deve incluir refeições equilibradas e realizar atividade física rotineiramente. A reeducação alimentar engloba várias mudanças, incluindo a redução do consumo de açúcar.

3. Os adoçantes fazem você engordar?

Não. O que faz você engordar é o estilo de vida que inclui alimentos inadequados, tanto em quantidade como em qualidade, associados à inatividade física. Muitas pessoas podem trocar açúcar por adoçantes com o objetivo de perder peso e podem ficar frustradas porque não fizeram parte de uma dieta equilibrada e atividade física.

4. O açúcar faz você ficar viciado em doces?

Um dos estudos mais recentes sobre o assunto concluiu que, ao contrário do que muitos médicos e nutricionistas pensam, produtos açucarados ou adoçantes não calóricos não produzem um aumento no desejo por sabor e podem até diminuir.

Os especialistas constataram que o consumo habitual de bebidas e alimentos doces não gerou um maior apetite por esse tipo de produto. Pelo contrário, em certos casos causou uma diminuição na preferência e escolha deste sabor. Esse resultado é consistente com um estudo publicado pela Public Health England em 2015, que também enfatizou que não houve relação entre os dois fatores.

5. Os adoçantes não calóricos podem causar câncer?

Não. Recentemente, um artigo publicado no Annals of Oncology da Oxford Academy, que tem como um dos autores Carlo La Vecchia, da Universidade de Milão (Itália), traz evidências epidemiológicas sobre a ausência de associação entre adoçantes de baixa caloria e risco de várias neoplasias comuns.

A revista científica Nutrients publicou recentemente o primeiro consenso ibero-americano sobre adoçantes de baixa caloria, preparado por mais de 60 especialistas internacionais, que destacaram a segurança de adoçantes de baixa caloria amplamente revisados e aprovados que foram autorizados por agências reguladoras em todo o mundo, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), autoridades dos Estados Unidos (FDA) e europeias (EFSA).

É importante lembrar que é essencial seguir o limite aceitável determinado por estudos que garantam a segurança do consumo.

Adoçantes de baixa caloria

Sacarina: foi descoberta em 1879. É aprovada para uso em produtos industrializados e como adoçante de uso geral. Também pode ser usado em preparações assadas.

Aspartame: Foi aprovado em 1981. Seu uso hoje é liberado como adoçante de uso geral, mas não deve ser usado para alimentos que precisam ser assados. Não pode ser usado por pessoas que têm fenilcetonúria, pois um de seus componentes é a fenilalanina e a ingestão dessa substância deve ser controlada por pacientes com essa doença. Geralmente, pessoas com fenilcetonúria sabem desde o nascimento sobre sua condição.

Acessulfame de potássio (acessulfame - K): foi aprovado pela primeira vez em 1988. Aparece habitualmente em rótulos alimentares, tais como: acessulfame K, acessulfame de potássio ou de Ace K. Em 2003, foi aprovado como adoçante de uso geral e intensificador de sabor em alimentos, sob algumas condições de uso. Pode ser usado como um substituto para o açúcar em alimentos cozidos.

Stevia: produzido com as folhas de uma planta conhecida como Stevia, encontrada em alguns lugares da América do Sul. Seus testes foram realizados em 2008 e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece seu uso. Pode ser usado como adoçante de uso geral e como substituto do açúcar para refeições frias.

Sucralose: foi aprovado para uso como adoçante de uso geral em 1999, sob algumas condições de uso. É encontrado em alimentos como produtos de panificação, bebidas, gomas de mascar, geleia e sobremesas lácteas. É um substituto do açúcar para alimentos cozidos.

Neotame: seu uso foi aprovado em 2002 como adoçante de uso geral e realçador de sabor de alimentos. Pode ser usado como um substituto para o açúcar em produtos assados.

Ciclamato: o ciclamato foi um dos primeiros adoçantes descobertos, e sua aprovação também contou com a análise de inúmeros estudos científicos. Hoje, seu consumo é permitido em mais de 50 países da Europa, Ásia, América do Sul, Norte e África. Existem aproximadamente 475 estudos científicos provando que o ciclamato não é carcinogênico. Cerca de 24 estudos mostraram que, mesmo após altas ingestões de ciclamato ao longo da vida, não houve alteração ou formação de câncer em animais de laboratório. Numerosos estudos em humanos também mostraram este mesmo resultado. Portanto, a aprovação e dosagem atribuída ao ciclamato é mantida. No Brasil, o uso do ciclamato também é permitido. Pode ser usado como um substituto para o açúcar.