Saúde

Tecnologia triplica capacidade de análise de amostras de HIV e Hepatite no ES

Antes desse novo equipamento, era preciso utilizar duas máquinas para conseguir obter o resultado viral do material, uma para cada etapa. Agora é possível fazer o trabalho de forma mais rápida e prática

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação Sesa/ES

Tecnologia à serviço da saúde. Um novo equipamento do aboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES), permitirá a análise de até  600 amostras de HIV e Hepatite B e C por dia no Estado, capacidade três vezes maior que a dos equipamentos tradicionais. 

"Nós tínhamos equipamentos aqui que, somados, os dois equipamentos conseguiam fazer por dia a análise de 186 amostras. Sendo que cada equipamento fazia 93 a cada 8 horas", explicou o diretor do Lacen-ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues. 

Ainda de acordo com Rodrigo, o grande problema era que esse equipamento, quando começava a operar, trabalhava apenas com amostras iguais, ou seja, só poderiam ser feitas 93 amostras de HIV ou de 93 amostras de Hepatite.

Com o novo aparelho, Alinity M, presente em apenas 5 estados do país, em um único dia é possível fazer a análise de até 600 amostras, já que a máquina consegue operar com 300 amostras em ciclos de 8 horas.

"Conseguimos fazer a análise de 300 amostras durante o turno de trabalho e outras 300 durante a noite. Além disso, agora eu posso fazer, simultaneamente, amostras misturadas. Em uma mesma rotina de análise, posso colocar amostras de HIV e Hepatite juntas, por exemplo", disse o diretor.

Nova tecnologia traz mais agilidade aos diagnósticos

Segundo o diretor do Lacen-ES, o laboratório recebe, por semana, de 450 a 500 amostras de HIV, além de 100 a 150 amostras de Hepatites. São, em média, de 550 a 600 amostras para serem testadas por semana. 

"Antes trabalhávamos sempre com atrasos. Agora eu não preciso mais esperar chegarem 100 amostras de Hepatitie para conseguir colocar na máquina, posso fazer a análise no mesmo dia que as amostras chegarem. Assim damos mais agilidade na resposta ao paciente e ao seu médico", explicou Rodrigo. 

O diretor do Lacen-ES explicou que em casos de tratamentos de HIV, por exemplos, os testes de carga viral são recorrentes, e que conseguir oferecer ao paciente uma resposta mais rápida é fundamental para o tratamento. 

"No casos dos pacientes de HIV, alguns medicamentos perdem eficácia com o tempo, então quanto mais rápido os resultados dos testes forem encaminhados ao médico e ao paciente, maior a eficiência do tratamento", reforçou. 

Possibilidade de operar em regime de urgência

Na metodologia convencional, também não era possível operar com regimes de urgência. "Colocávamos a placa a máquina com 93 amostras. Se chegasse uma amostra de urgência, não tínhamos como fazer. Era necessário esperar o ciclo de 4 a 6 horas terminar". 

Alé disso, para que essa amostra de urgência fosse inserida, era necessário aguardar a chegada de mais 92 amostras. "Agora, assim que a amostra chega, basta apertar um botão. Ela entra no primeiro intervalo da máquina e o resultado sai em 2 horas", concluiu. 

Análises são feitas de forma mais segura

A responsável pelo setor de Carga Viral do laboratório, Valéria Cabral, explica que o equipamento garante maior agilidade e unifica o trabalho que anteriormente era realizado em duas máquinas distintas.

“Na biologia molecular, o exame é feito em duas partes: extração e amplificação. Antes desse novo equipamento, era preciso utilizar duas máquinas para conseguir obter o resultado viral do material, uma para cada etapa. Com essa nova inovação, conseguimos dar andamento ao trabalho de forma mais rápida e prática”, disse.

Equipamento poderá ser usado para análise de amostras de outras doenças sexualmente transmissíveis

O diretor do Lacen-ES, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, ressaltou que esse novo modelo garante maior segurança no manuseio das amostras e possibilita que ocorra o diagnóstico rápido da doença. Além disso, ele destacou que, no futuro, novas doenças poderão ser analisadas no aparelho.

“O próximo passo é ampliar as análises no equipamento para sífilis e gonorreia. As doenças sexualmente transmissíveis são problemas sérios em nosso país. Obter o diagnóstico de forma rápida, permite que o tratamento seja feito de forma correta. Além disso, esse aparelho evita certos riscos como perda de amostra, evita a contaminação de quem está operando e do próprio material e troca acidental do mesmo”, salientou o diretor.
Foto: Divulgação Sesa/ES






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