CORONAVÍRUS

Trabalho

Empresas que adotaram o home office começam a retomar gradativamente o formato presencial

Em uma fábrica de tintas, em Viana, a área comercial e administrativa chegou a ficar sem 12 pessoas no formato presencial

Foto: Foto: Pixabay

Após quatro meses em home office, muitos trabalhadores estão retomando o trabalho presencial na Grande Vitória. Tanto no serviço público, como no privado, o retorno tem sido feito aos poucos, para minimizar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus nesses ambientes.

O retorno — mesmo que aos poucos — foi adotado principalmente nos municípios que assumiram o risco moderado para a covid-19, segundo os critérios adotados na matriz de risco do governo do Estado. No entanto, a doutora em epidemiologia Ethel Maciel destaca que é importante que empregadores e funcionários colaborem para que não haja contaminação dentro das empresas.

"É preciso, numa doença respiratória, de transmissão pessoa a pessoa, que as pessoas obedeçam a distância entre elas. Então é preciso que as salas sejam medidas, que sejam reorganizadas as mesas, a posição das pessoas, para que se garantam o mínimo de dois metros entre elas", ressaltou a epidemiologista.

Em uma fábrica de tintas, em Viana, a área comercial e administrativa chegou a ficar sem 12 pessoas no formato presencial, durante a pandemia. Aos poucos, o grupo está retornando. Atualmente, quatro funcionários do setor ainda estão trabalhando de casa. 

"Essas pessoas se adaptaram. Nós tivemos também um projeto de acompanhamento semanal com essas pessoas e fizemos uma pesquisa de satisfação interna com os nossos colaboradores, para saber a adaptação deles em relação ao home office", destacou o analista de estratégia e pessoas da empresa, Marcel Vieira. 

Na fábrica, quem continua no home office é porque tem filhos estudando em casa. O critério é simples e tem dado resultado, segundo o analista. Marcel conta que, no início, houve um período crítico de adaptação. No entanto, segundo ele, hoje tem mãe em home office triplicando as vendas. "É surpreendente os resultados que ela já vinha gerando para a empresa e ela tem gerado agora também no home office", frisou.

Já os oito colaboradores que voltaram à fábrica precisaram se adaptar ao novo normal. "Fazemos demarcações no chão, fabricamos o nosso álcool para os nossos colaboradores, entregamos máscaras para eles", pontuou Marcel.

A médica infectologista Rúbia Miossi destaca que as novas rotinas adotadas pelas empresas para receber de volta seus funcionários são necessárias. "Se mais de um empregado trabalha um de frente para o outro, deve haver uma barreira física, tipo aquelas de acetado de acrílico, que são colocadas nos caixas de supermercados. De preferência que os computadores sejam de uso individual, que não sejam compartilhados. Mas se forem compartilhados, é fundamental ter disponível álcool isopropílico para fazer a higienização", orientou.

Em um escritório de contabilidade em Vitória, nove em cada dez funcionários passaram pelo menos três meses em home office. O retorno foi gradativo e hoje metade do quadro de colaboradores já está de volta.

"Por característica até da nossa atividade, empresa de contabilidade, não foi possível que fosse 100% desse quadro, por uma questão de manutenção tecnológica e alguns assessoramentos que dependem de ser presencial", destacou o contador Rider Pontes.

Durante a quarentena, o escritório reduziu a carga horária de quase todos os funcionários em 25%. Ainda assim, segundo ele, o serviço não atrasou. "Para nós foi uma surpresa. Foi muito de repente, então não houve muito tempo para se pensar. Agora nós estamos realmente com esse planejamento e poderá vir a ser um formato novo", afirmou Pontes.

Governo do Estado

Quem também está retornando gradativamente ao trabalho, de forma presencial, são os servidores estaduais do Espírito Santo. Cada setor deve, a partir desta semana, ter de volta no mínimo 50% da equipe. A convocação veio por meio de um decreto do governador Renato Casagrande.

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