Economia

Entenda por que frutas e legumes estão mais caros

Em uma pesquisa registrada no site da Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES), é possível perceber algumas alterações nos preços dos produtos

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Os consumidores já repararam que a sessão de hortifruti dos supermercados e as feiras têm chamado a atenção durante as últimas semanas no Espírito Santo. Os preços de frutas e legumes subiram e o principal motivo, segundo economistas, são as questões climáticas. 

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Em uma pesquisa registrada no site da Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES), é possível perceber algumas alterações nos preços dos produtos, tanto no aumento, entre março e abril, quanto na queda, entre fevereiro e março. 

 Entre alguns exemplos de comparação estão: 

Batata lisa Agatha Especial: no dia 18 de abril de 2024: R$ 4,87
no dia 18 de março de 2024: R$ 4,00
no dia 19 de fevereiro de 2024: R$ 5,07
Tomate italiano: no dia 18 de abril de 2024: R$ 6,00
no dia 18 de março de 2024: R$ 5,63
no dia 19 de fevereiro de 2024: R$ 6,50
Banana prata clim extra: no dia 18 de abril de 2024: R$ 6,50
no dia 18 de março de 2024: R$ 6,00
no dia 19 de fevereiro de 2024: R$ 6,63 
Alface: no dia 18 de abril de 2024: R$ 5,00
no dia 18 de março de 2024: R$ 7,08
no dia 19 de fevereiro de 2024: R$ 5,38

Mas afinal, o que tem ocasionado a alteração nos preços das frutas e dos legumes que assusta os consumidores do Espírito Santo? 

A Ceasa-ES destacou que, em conversa com produtores rurais, eles informaram que a situação atual dos alimentos continua sendo pelo motivo das fortes chuvas que ocorreram no ano de 2023. 

"Essas chuvas prejudicaram as plantações, destruindo muitas delas. Os produtos que vingaram foram colhidos muitas vezes menores que o tamanho natural, como a alface. Isso interfere no preço dos produtos, pois, apesar de não haver falta das mercadorias, elas chegam em menores quantidades", informou. 

Nesse contexto, o órgão destaca que se aplica a lei da oferta e da procura: “quando há pouca demanda e muita procura, os preços tendem a subir, atingindo o consumidor final”. 

É explicado que as fortes chuvas podem afetar a produção de hortaliças de várias maneiras. O excesso de água pode causar encharcamento do solo, o que pode prejudicar as raízes das plantas e levar ao apodrecimento. 

"Além disso, as chuvas intensas podem danificar as plantações, causando erosão do solo, inundação de áreas cultivadas e até mesmo a destruição das plantas. Isso pode resultar em uma redução na oferta de hortaliças, o que pode, por sua vez, levar a um aumento nos preços devido à menor disponibilidade no mercado". 

Influência das questões climáticas 

Segundo a economista e líder do Comitê da Economia do Ibef-ES, Flávia Rapozo, o aumento ocorre em função das questões climáticas, em especial, por conta do excesso de chuvas fortes que afetaram o país nos últimos meses. 

"Nesse sentido, considerando a lei da oferta e procura que rege os preços, a redução na oferta está intimamente ligada ao aumento do preço. Além disso, a mercadoria ofertada também não estava com a qualidade adequada", descreve Flávia. 

Com essa situação, a economista destaca que o efeito prático para o consumidor é mercadoria cara e com menor qualidade. “Para o produtor, o efeito é, muitas vezes, a perda de uma safra e prejuízos consideráveis. Então toda cadeia produtiva sofreu e o consumidor final pagou mais caro”. 

Alimentos de outros países também são afetados 

O fenômeno climático do El Niño, tem sido sentido por produtores e agricultores ao longo do globo terrestre. Ele se caracteriza pela elevação das águas da região do Oceano Pacífico, mudando a temperatura e as chuvas em várias partes do mundo. 

No Brasil, ele é característico por secas prolongadas nas regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas e volumosas no Sul.

Segundo a economista, os impactos do El Niño são percebidos em vários produtos, porque as safras são afetadas desde meados de 2023. “E não é só no Brasil. Por exemplo, nos EUA, a produção de laranja na Flórida caiu aos níveis de 1920”. 

Previsão de melhora para as próximas semanas

Entretanto, mesmo com a alta dos preços, o mercado, segundo o especialista, deve começar a sentir uma redução nos preços na última semana de abril. A ação ocorre por conta da redução das chuvas nas regiões produtoras. 

"No Norte do Espírito Santo, por exemplo, a cultura do mamão foi muito afetada pelo clima, mas a partir da próxima semana a situação tende a melhorar, essa é a previsão do mercado produtor da região", narra a especialista.

Sugestões de economia para o consumidor do ES 

Com todas as considerações, a economista Flávia Rapozo, destaca que, a dica para os consumidores é pesquisar preço. "Mas a boa notícia é que a tendência para as próximas semanas é a redução dos preços". 

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